Oneração das empresas com excesso de direitos trabalhistas inviabilizaria os aplicativos no Brasil
A alteração na legislação trabalhista que determinou vínculo empregatício e reconhecimento de direitos trabalhistas para os motoristas de aplicativo na Espanha provocou um efeito colateral indesejado: agora, faltam motoristas interessados em trabalhar com as condições propostas por aplicativos como a Uber e Globo, as duas principais empresas do setor.
Milhares de motoristas deixaram a atividade por não se adequarem à nova realidade, já que o trabalho de transportes e entregas era desempenhado em horários flexíveis antes da nova lei. Como consequência disso, trabalhadores viram suas rendas mensais despencarem em um momento crítico do pós Pandemia. “Não encontramos entregadores suficientes porque estes preferem trabalhar por conta própria”, disse a Uber.
Outro efeito indesejável foi que, com menos prestadores de serviço, o usuário enfrenta agora um maior tempo de espera e paga mais caro para se locomover ou entregar seus pedidos via aplicativo.
Em discurso durante um evento político no dia 1º de maio em São Paulo, o ex-presidente Lula defendeu que algo parecido aconteça no Brasil. Segundo ele, motoristas de aplicativo devem ter plano de saúde, plano de assistência social, assistência médica, seguro contra acidentes e descanso semanal remunerado.
Em outubro de 2021, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo mostrando que há no Brasil cerca de 1,1 milhão de motoristas de aplicativo.
Na Espanha, a nova lei foi apoiada por sindicados e movimentos de esquerda, sendo recebida com ceticismo por entidades que representam os motoristas de aplicativos.
A Uber disse que os entregadores preferem flexibilidade para se concentrarem em horários lucrativos como autônomos do que os melhores contratos de trabalho com “proteção social”, mas que obrigam o trabalho em horários menos lucrativos.
Com informações da Folha.
Por portal Novo Norte