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Projeto da ADRA é refúgio para jovens que lutam contra o câncer longe de casa

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Conheça a história de Gabriel, um jovem guerreiro que encontrou amparo e esperança no Centro Adventista de Apoio à Família (CAAF)

Num mundo onde a infância deveria ser sinônimo de brincadeiras ao ar livre e risadas inocentes, o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, celebrado globalmente em 15 de fevereiro, destaca uma realidade mais sombria. Este dia, estabelecido em 2002 pela Childhood Cancer International, transforma-se em um grito de guerra contra um inimigo invisível que ameaça a alegria de viver de inúmeras crianças e adolescentes ao redor do globo.

Conforme revelam os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), o câncer figura como a principal causa de morte entre pessoas de 1 a 19 anos no Brasil, e estima-se que mais de 400.000 diagnósticos sejam feitos anualmente em crianças e adolescentes mundialmente, sublinhando a escala global dessa batalha.

Muitas vezes, o tratamento para o câncer traz dificuldades de adaptação na vida dos pacientes. Quem precisa amputar um membro enfrenta dificuldade ainda maior.

O início de um pesadelo

Foi assim com Gabriel Bonelle, de 26 anos. Em 2013, quando tinha 15 anos, ele foi diagnosticado com câncer ósseo, que culminou na amputação de uma parte da perna esquerda.

Era para ser um dia comum na vida do jovem, que sempre foi apaixonado por esportes. “Estava andando de skate e caí. Torci o tornozelo, engessei a perna por um mês, e depois minha tíbia esquerda começou a doer. Foi crescendo um carocinho. Meus pais e eu começamos a ficar assustados. Não diminuía. Eu ia ao hospital e os médicos mandavam voltar para casa, dizendo que não era nada”, relembra Gabriel.

Antes do diagnóstico, foram mais de seis meses, entre diversos exames e idas e vindas a vários médicos.

Na época, Márcia, mãe de Gabriel, já angustiada com a espera por um diagnóstico, ouviu boas referências sobre o Hospital de Câncer de Barretos, conhecido hoje como Hospital de Amor. E assim como milhares de pessoas em todo o Brasil, a família se deslocou para Barretos, em São Paulo. “Para nós foi muito difícil. Quando descobrimos, choramos a noite toda, mas resolvemos lutar e procurar o melhor para nosso filho”, relembra a mãe.

Gabriel conta que quando recebeu o diagnóstico ficou muito assustado. “Mesmo assim, tive que enfrentar e passar por cima. Não foi fácil, mas a vontade de viver é muito maior que a de desistir”, conta, determinado.

Uma luz no fim do túnel

Mudar de Estado, deixar casa e parte da família para trás. Decisões nada fáceis. Mas em meio às mudanças drásticas da vida, Márcia encontrou o Centro Adventista de Apoio à Família (CAAF), um núcleo mantido pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais, ADRA.

O local foi fundado em 2011 por voluntários e servidores da Agência que queriam amenizar o sofrimento das famílias que vêm para Barretos realizar tratamento para o câncer.

Atualmente, a instituição desenvolve atendimento para 150 pessoas mensalmente. No entanto, o espaço está sendo ampliado e deve aumentar o número de beneficiados.

Segundo a coordenadora das atividades, Adriana Ferreira, a perspectiva de atendimento após o término da construção da casa de apoio aumentará para 460 pessoas. “Vamos oferecer atividades ocupacionais de apoio e suporte, como atividade física, convivência em grupo, culinária, entre outros, para ocupar os espaços de ociosidade e oferecer novas oportunidades para o desenvolvimento de suas habilidades durante o tratamento”, detalha Adriana.

Os pacientes, de maneira geral, recebem total apoio psicológico por meio de uma equipe multidisciplinar de profissionais preparados para oferecer auxílio e fortalecimento para o enfrentamento das dificuldades através de palestras, grupos de apoio, grupos de reflexão e atendimento em diversas áreas.

Esperança

“Conhecemos o CAAF num momento em que estávamos bem fragilizados. Antes, ficávamos num lugar somente com pessoas doentes, o tempo todo conversando com elas, vivendo um sofrimento. De repente encontramos um lugar de amparo. Isso preencheu mais o meu tempo e me ajudou a me distrair um pouco de toda a problemática que a doença estava me causando”, conta a mãe de Gabriel.

Para retomar o dia a dia, Gabriel precisou aprender a viver com uma prótese. Mesmo com algumas limitações, voltou a praticar os esportes que tanto gosta. “No começo não foi fácil. Pensei que não conseguiria me adaptar. Doía bastante minha perna e tinha um pouco de vergonha. Meu maior sonho era poder voltar a andar, e quando consegui andar sem a muleta, foi um sonho realizado”, expressa, emocionado.

Em meio à triste realidade que muitas famílias enfrentam, a ADRA, por meio do CAAF, fornece às famílias ocupação. O local serve de refúgio para muitas famílias.

Lá são oferecidos cursos gratuitos de idiomas, informática, atividades físicas, design de sobrancelha e geração de renda, entre outros projetos.

Nova estrutura

Em um terreno de 5.600m2, está sendo construída uma estrutura de 2.800m2, que contará com 52 apartamentos duplos, banheiro privativo, cozinha, refeitório, lavanderia, biblioteca, brinquedoteca, sala de informática, auditório e uma estrutura completa para o conforto, dignidade e acolhimento das pessoas que estão passando por alguns dos momentos mais desafiadores da vida.

Faça parte do projeto

Para participar ou contribuir com o projeto da ADRA que oferece suporte a jovens em tratamento de câncer, acesse adra.club/caaf-sp para mais informações.

Por portal Novo Norte

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