‘Mulheres negras: Outras narrativas’ é o nome do programa de lives idealizado pela jovem advogada Izabella Vicente em comemoração ao dia 25 de julho
Comemorado em 25 de julho, o Dia da Mulher Negra vem sendo celebrado em Macaé através do programa de lives ‘Mulheres negras: Outras narrativas’, idealizado pela jovem advogada Izabella Vicente por meio do seu instagram desde a última segunda-feira (20). Entre alguns dos assuntos discutidos estão, maternidade, moda, política e religião, com quatro mulheres negras como convidadas especiais. E, nesta quarta-feira (22), às 19h, o tema da discussão é ‘Além da militância’, com a jornalista Laís Monteiro.
Constituída em 2014 pelo governo do Brasil sob a Lei nº 12.987/2014, a data teve como inspiração o Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha, instituído em julho de 1992, visando salientar a luta, história e os desafios das mulheres negras brasileiras.
Segundo Izabella, o objetivo é ouvir e compartilhar histórias de mulheres negras que são influenciadoras em diversas áreas. “Meu projeto quer dar visibilidade a essas mulheres, começando com três vozes negras locais de Macaé e uma de alcance nacional. Antes de tudo são mulheres que admiro, e também, é uma comemoração ao Dia da Mulher Negra, trazendo outras narrativas além do sofrimento por causa do racismo”, ressalta.
O programa que começou na última segunda-feira (20) tendo convidada Sarah dos Anjos; que abordou o tema padrões de beleza, e na terça-feira (21), recebeu Tamirys Gonzaga, abordando o tema maternidade e criatividade, termina nesta quinta-feira (23) com a participação da Josy Ramos, discutindo o tema ‘Vida cristã fora da caixa’.
A advogada destaca que desde maio vem participando de lives sobre o racismo, e é muito importante falar disso. “Somos mais do que dores e sofrimento e estamos escrevendo histórias. Há mulheres negras criando conteúdo de moda, formação de opinião, política, comunicação, arte e alcançando espaços na sociedade, apesar de tudo que enfrentamos. Por sermos negras é natural que nas conversas falemos sobre vivências e perspectivas impactadas pelo racismo, mas falamos além desse contexto, rompendo com o lugar de silêncio e apagamento que nos é imposto ao longo da história”, pontua. “Por isso a proposta é ir além do racismo e pensar outras narrativas. Como diz o rapper Emicida: “Se isso é sobre vivência, me resumir à sobrevivência é roubar o pouco de bom que vivi”, completa.
De acordo com Izabella, a maioria do seu público é feminino, então, naturalmente as mulheres são as principais contempladas. “No geral, quero que brancos ouçam o que mulheres negras têm a dizer, além do debate sobre racismo e que negros saibam as possibilidades de vida e se sintam inspirados. Pretendo mostrar com as lives que representatividade importa, mas para além da representatividade vazia, ela deve vir acompanhada de significado, tanto pra quem assiste quanto pra quem fala”, conclui.
Vale lembrar que embora a maioria da população do Brasil seja negra, representada em 54% de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país ainda vive os resquícios da escravidão desde a era Brasil Colônia, visto que os negros seguem lutando contra desigualdades e inúmeras discriminações para que consigam ter melhores condições de vida.
Para participar da programação que segue até amanhã, basta acessar o seu instagram através do link https://instagram.com/izabellavicente?igshid=1eec5mhh7aqnu.