Audiência pública aconteceu na antiga sede da Câmara Municipal, no último sábado (1º)
Diante do plenário do Centro Cultural do Legislativo lotado, a Câmara de Macaé promoveu, no último sábado (1º), a audiência pública em defesa do Conselho Municipal Esportivo. A proposta do vereador Marvel Maillet (Rede) está em tramitação e, como a prefeitura divulgou os novos critérios do programa Bolsa Atleta nos últimos dias, o tema também foi discutido no encontro.
A adesão do público contrastou com a ausência de representantes do Executivo. “Nem mesmo a secretaria de Esportes está aqui para ouvir as reivindicações dos atletas. É lamentável que uma audiência desta importância seja ignorada pelas autoridades, mas não deixaremos de fazer a nossa parte”, disse Marvel.
Para o vereador, o esporte ter um conselho representativo na cidade fortalece a categoria e colabora com o desenvolvimento das ações, tanto de alta performance quanto na descoberta de novos talentos. A proposta segue os padrões que asseguram a paridade entre o poder público, a sociedade civil e as categorias envolvidas, as duas últimas necessariamente passando por processo eleitoral.
Marvel ainda afirmou que disponibilizará a íntegra do projeto para que todos os interessados possam tomar conhecimento e colaborar com possíveis alterações ao texto. Atleta de jui-jitsu, Eduardo Lemos, defendeu a criação do conselho. “Se já houvesse um na cidade, talvez o ginásio não tivesse acabado, assim como a interdição do estádio”, frisou, referindo-se ao mau estado tanto do Ginásio Municipal Engenheiro Maurício Soares Bittencourt e quanto do Estádio Moacyrzão.
Para a representante do Karatê, Samara Jardim, a atual situação do esporte macaense é decepcionante. “Hoje, tem atleta local que pode brigar por uma vaga olímpica, mas não há apoio dos governantes. Somente na nossa categoria, 24 atletas poderiam competir nacionalmente e estão fora por falta de incentivo.”
Antes de encerrar a audiência, Marvel entregou moções de aplausos a profissionais que colaboram com o desenvolvimento do esporte na cidade nos últimos tempos.
Bolsa Atleta
Na nova lei enviada pela prefeitura, poderão se inscrever apenas atletas que tenham entre 12 e 17 anos, além de comprovada situação de vulnerabilidade e de matrícula na rede municipal de ensino. Os valores para a bolsa variam entre R$ 500 e R$ 1.500, mas não há especificação da quantidade de meses para o pagamento. Por emenda ao orçamento, Marvel destinou R$ 1,5 milhão ao Bolsa Atleta, mas diz que os critérios estão equivocados, resultando na exclusão de muitos profissionais.
“Já apresentei uma emenda para que o programa contemple atletas a partir dos 9 anos e sem idade limite, além do pagamento mínimo de seis parcelas mensais, podendo chegar a 12. É preciso lembrar que este deve ser um incentivo voltado ao esporte de alta performance. Para promover a inclusão social, o prefeito deveria apresentar um programa específico”, acrescentou.
No momento da audiência, diversos atletas não puderam estar presentes por conta de competições em andamentos. Da plateia, pais afirmaram que há casos em que os filhos recebem bolsas de estudos de instituições particulares como forma de patrocínio. Se as novas diretrizes forem aprovadas como deseja a prefeitura, eles não poderiam estar no programa. “Também já apresentamos uma emenda para excluir este requisito”, finalizou Marvel.