O professor Israel Lisboa Júnior, que atropelou 12 bolsonaristas em novembro de 2022, será levado a júri popular por 16 tentativas de homicídio. A decisão foi anunciada pelo juiz Marcos Takaoka, da 3ª Vara de Mirassol (SP), no dia 26 de julho, mas a data do julgamento ainda não foi definida.O incidente ocorreu logo após o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, quando Lula derrotou Bolsonaro. Naquela manhã de 2 de novembro, Lisboa Júnior levava sua mãe a uma consulta médica em Rio Preto, mas a rodovia Washington Luís estava bloqueada por manifestantes bolsonaristas protestando contra o resultado das urnas.Testemunhas afirmam que o professor acelerou o carro ao se aproximar dos manifestantes, atropelando 12 pessoas, incluindo dois policiais militares e duas crianças. Apesar da gravidade do incidente, ninguém perdeu a vida.
A defesa de Lisboa Júnior argumenta que o bloqueio era ilegal e que ele havia pedido passagem para levar sua mãe ao hospital, mas foi ignorado. A advogada Priscila Furlaneto também aponta supostas contradições nos depoimentos das vítimas e defende que o caso deveria ser tratado como lesão corporal culposa, e não tentativa de homicídio.O juiz Takaoka destacou que as alegações defensivas e as supostas contradições nos testemunhos serão analisadas pelo Tribunal do Júri, que tem a prerrogativa de acolher ou rejeitar esses argumentos. Segundo o juiz, a complexidade do caso exige um julgamento mais minucioso, a ser conduzido com rigor em um tribunal.