De acordo com a Justiça, corrupção foi mantida mesmo após a saída e condenação de Sérgio Cabral
Atravessando os últimos três mandatos do governo do Estado, e se perpetuando por quase 20 anos de poder, os esquemas de corrupção, que afetaram de forma direta a rotina da população fluminense, parece não ter sido suspenso, nem mesmo com o maior ato da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro: a prisão do ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
Ao perturbar ainda mais os aliados do bloco emedebista em Macaé, que segue recuado desde as duas prisões domiciliares do presidente estadual do partido, o deputado estadual Jorge Picciani, a prisão nesta quinta-feira (29) do atual governador Pezão (MDB) torna ainda mais complexa a restruturação da crise do Estado, que tenta se salvar a partir do início do novo governo.
Pezão é acusado pelo Ministério Público de receber quase R$ 40 milhões em propina, através de esquema que envolveram outros oito presos pela Lava Jato. Até o Detran, órgão líder de reclamações dos cidadãos fluminenses, era utilizado no jogo.
Após a prisão de Pezão, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que nem mesmo diante de todas as ameças da Justiça, a corrupção parou no Rio de Janeiro. “O crime de lavagem de dinheiro ainda está em curso”, disse Dodge.
Depois da ação da Polícia Federal, os ex-aliados do MDB de Macaé não foram encontrados para comentar o caso.