Presidente da Petrobras defende mudança na legislação do pré-sal

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Presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defende mudanças na legislação que rege o pré-sal

Roberto Castello Branco diz que regime de partilha não leva à eficiência

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defendeu mudanças na legislação que trata do pré-sal, o fim do sistema de partilha ou, então, em movimento mais moderado, o término do polígono do pré-sal, para deixar o regime de concessão e de partilha à escolha da autoridade. “O regime de partilha não leva à eficiência. Teve origem não para atender a maximização da eficiência, mas às conveniências políticas, quando foi adotado pela primeira vez na Indonésia, em 1966, para permitir que empresas estrangeiras explorassem petróleo na Indonésia, mas que não tivessem participação direta”, disse na abertura do seminário Competitividade dos Projetos Offshore no Brasil, organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), no Rio de Janeiro.

De acordo com Castello Branco, a produtividade é parcela importante para o crescimento econômico, e o Brasil tem sido ultrapassado por outros países que querem ser ricos. Por isso, segundo o presidente, é hora de mudar o modelo e buscar a prosperidade da sociedade brasileira. “Não vai ser com conteúdo local e nem com regime de partilha que vamos conseguir fazer isso. Isso pertence ao passado, que não nos foi favorável. Temos que romper com isso”, defendeu.

“Temos que ser um país onde é fácil fazer negócio e a produtividade tenha condição de crescer”.

O presidente da Petrobras apontou a obrigação do conteúdo local incluído nos projetos como outro fator que precisa ser alterado. “A ANP (Agência Nacional do Petróleo) tem se mostrado muito mais sensível às questões do mercado, mas o conteúdo local ainda persiste, ainda que de forma mais moderada. É questão de perguntarmos se a indústria brasileira é tão boa, não precisa de conteúdo local? Não precisa de nada que obrigue as empresas a demandarem os seus produtos? Se ela não é eficiente, após 22 anos da indústria do petróleo, é hora de acabar com isso”, defendeu.

“Quem não se preparou, paciência. Já teve a sua oportunidade. Não pode a indústria do petróleo continuar a pagar por isso”, afirmou.

O presidente da Petrobras disse que em junho do ano passado a dívida líquida da companhia representava 56% do valor da empresa, e que esse percentual foi reduzido para 46%, “mas ainda é muito elevado”.

Mesmo com a redução da dívida alcançada desde 2016, atualmente a estatal tem uma dívida de US$ 101 bilhões. Apenas o serviço da dívida consome 35% do fluxo de caixa operacional, segundo Castello Branco. “Isso tem consequências negativas, não só meramente em números, mas na nossa competitividade. Uma das questões é a disponibilidade de recursos para investir”.

Segundo Castello Branco, a empresa está deixando de investir em operações que podem ter retorno menor, para concentrar recursos onde identificou ganho mais elevado. Ele disse que, para focar na exploração e produção de petróleo e gás, que é seu negócio principal e possui competências, além de vantagens comparativas em ativos de classe mundial, a empresa precisa fazer um processo acelerado de gestão de portfólio, não só na Bacia de Santos com o pré-sal, mas também na Bacia de Campos, onde investe na recuperação.

Castello Branco contestou que essa opção represente um desmonte da companhia, como apontam algumas críticas ao processo. “Não existe um equívoco maior do que esse”, disse.

1 COMENTÁRIO

  1. Macaé está iludida com este presidente da Petrobras. Ela não está para fomentara economia do Brasil, logo das cidades que vivem neste meio, mas vender a empresa para contentar os acionistas e os meios nos quias ele vive. Se os macaenses, campistas e outros gostam de viver de ilusões, este é o caminho certo. Ele quer abertura ampla e irrestrita do mercado. Um FPSO de U$ 1,1B será feito integralmente fora não gerando um emprego sequer no Brasil.