A Polícia Federal (PF) entrou com um pedido de reconsideração na Justiça Federal, contestando a decisão da juíza Raquel Soares Chiarelli, que havia determinado a instauração de um inquérito contra o soldado israelense Yuval Vagdani, acusado de crimes de guerra na Faixa de Gaza. A PF alegou que a análise do caso requer mais tempo e que não há fundamentos suficientes para iniciar formalmente a investigação.
O pedido de reconsideração surgiu após denúncias feitas pela Fundação Hind Rajab (HRF), que acusou Vagdani de destruir o corredor Netzarim em Gaza e promover danos à população civil. A HRF apresentou imagens e postagens do soldado em redes sociais, nas quais ele teria incentivado a “destruição completa” da região. No entanto, a PF questiona a validade da apuração, ressaltando que o Brasil não tem uma legislação específica para tipificar crimes contra a humanidade cometidos por estrangeiros fora do país.
A juíza Raquel Soares Chiarelli havia determinando a abertura do inquérito no plantão de fim de ano. A medida gerou debate dentro da própria PF, com alguns agentes defendendo a investigação com base no Estatuto de Roma, tratado internacional que o Brasil ratificou. No entanto, há quem sustente que, de acordo com a Constituição, é necessário que exista uma lei nacional que defina os crimes para que possam ser investigados e punidos no território brasileiro.
O soldado israelense já deixou o Brasil e a PF argumenta que, com isso, a investigação perde seu caráter urgente. Em resposta, o governo de Israel se manifestou, afirmando que seu país está atento ao uso de publicações nas redes sociais que possam ser usadas contra seus cidadãos.
Polícia Federal derruba narrativa de juíza militante que mandou investigar soldado israelense
