Não há como negar, a polêmica é a única tônica que conduz os debates políticos focados no processo eleitoral deste ano. Entre o céu e o inferno, entre anjos e demônios, o debate de convencimento do eleitor foi reduzido aos ataques e a tentativa de desconstrução de candidaturas que surgiram das redes sociais e se consolidaram diante de falsas esperanças.
O que deveria ser um sopro de dignidade e de respeito à democracia tem se tornado um show de horror. Entre debates e entrevistas nos canais de televisão, os candidatos à presidência da República preferem criar alvoroço, ao invés de defender suas propostas.
Os ideais políticos, as atitudes forjadas diante do anseio da sociedade por mudança, substitui o embate sobre planos de governos que miram na recuperação econômica, na manutenção de projetos sociais, na diminuição do custeio público e no aumento da independência financeira da indústria, que move o país através da geração de postos de trabalho.
O déficit no abastecimento de energia elétrica, o sucateamento das universidades, a necessidade de expansão do sistema de saúde de alta complexidade e as intervenções na segurança pública, são temas abandonados pelos 13 presidenciáveis, incluindo aquele que pretende vencer nas urnas, mesmo encarcerado na Polícia Federal.
Em se tratando de Brasil, a figura do desenvolvimento e do crescimento acima dos chamados “Tigres Asiáticos”, foi substituída pela dependência e submissão à parte mais desenvolvida das Américas. E não é à toa que há, em meio aos candidatos à presidência, aquele que se parece com Donaldo Trump.
Com a redução do período de campanha, e uma série de outras mudanças que não representam de fato a reforma política almejada pela sociedade, os eleitores estão fadados a escolher candidatos que parecem, muito mais memes da internet, do que pessoas de carne e osso, motivadas a dar ao Brasil um rumo novo.
Em uma escala nunca antes imaginada na história deste país, o processo eleitoral no Brasil, neste ano, foi reduzido a um enfrentamento de fantoches, que tentam entender o que o povo brasileiro almeja, esquecendo que a democracia pode salvar a nação. Ledo engano!