Um deputado federal, um policial militar e o secretário de obras “aparentam integrar organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública”

Procuradoria-Geral da República (PGR) classificou um grupo ligado ao deputado federal Antônio Doido (MDB-PA) como uma organização criminosa. A acusação aponta para um esquema de desvio de dinheiro público em licitações no Pará, com um foco especial em obras da COP30. A investigação, iniciada após a apreensão do celular de um policial militar ligado ao parlamentar, revelou uma rede complexa que envolve empreiteiras, servidores públicos e o uso de empresas “laranja”.



Segundo o portal Metrópoles, uma das licitações sob suspeita é um contrato de R$ 142 milhões da COP30, vencido por um consórcio de empreiteiras ligadas a Antônio Doido. A Polícia Federal (PF) encontrou mensagens que conectam um policial militar que fez saques milionários, Francisco Galhardo, ao secretário de Obras do Pará, Benedito Ruy Cabral. A conversa aconteceu no mesmo dia em que o consórcio do deputado ganhou a licitação, levantando fortes suspeitas de corrupção.



A PGR aponta que o deputado, o policial militar e o secretário de obras “aparentam integrar organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública”. O órgão também menciona evidências de crimes eleitorais e contra o sistema financeiro, ressaltando o uso de um “mecanismo sofisticado de lavagem de dinheiro”. Francisco Galhardo foi preso em flagrante com R$ 5 milhões antes das eleições de 2024, dando início à investigação.



As empreiteiras vencedoras das licitações milionárias da COP30, JAC Engenharia e J.A Construcons, seriam de propriedade de Antônio Doido, embora registradas em nome de sua esposa e de um terceiro. Em nota, o governo do Pará e a defesa do deputado negaram as acusações. A matéria afirma que os contratos foram celebrados de forma legal e que o parlamentar está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos.