A Petrobras realizou uma simulação de vazamento de petróleo na Bacia Potiguar, no bloco de exploração POT-M-762, localizado a 85 km da Praia de Ponta Grossa, em Icapuí, no Ceará. O simulado, realizado na terça (16) e quarta-feira (17), ocorreu em cumprimento a uma condicionante apresentada pelo Ibama como etapa para a obtenção da licença de perfuração dos poços Pitu Oeste e Anhangá, na Bacia Potiguar.
No total, foram mobilizadas cerca de 440 pessoas, durante os dois dias do exercício, que ocorreu em Fortim, no Ceará, e no Rio de Janeiro. Foram mobilizadas quatro aeronaves, dois drones, duas ambulâncias, 32 veículos terrestres e 20 embarcações para as ações de simulação de contenção e recolhimento de petróleo, proteção costeira, monitoramento, resgate e atendimento à fauna.
Em Fortim, foi montado um posto avançado com uma unidade médica e duas ambulâncias. No Rio de Janeiro, no Edifício Senado, sede da Petrobras, no centro da cidade, as equipes ficaram empenhadas no atendimento de demandas e nas articulações necessárias para o andamento das operações.
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Falcão Mendes, ressaltou a importância do exercício:
“Qualquer simulado que faça parte da nossa rotina nos ensina bastante para que a gente se sinta pronto para possíveis eventos reais. Estamos buscando licenciamento para uma nova fronteira, uma área extremamente importante para a Petrobras e tenho convicção de que, com esse competente trabalho feito aqui, o Ibama terá mais confiança de que, em uma remotíssima hipótese de algum incidente, estamos preparados para atuar”, destacou Joelson.
Para comprovar a robustez de recursos para atendimento à fauna, 20 forças-tarefas foram colocadas em ação no mar e nas praias, com cerca de 50 profissionais especializados no tema, incluindo biólogos, veterinários e tratadores. Quatro unidades de recepção e estabilização de fauna foram montadas entre Aracati e Icapuí. Além disso, o Centro de Despetrolização e Reabilitação e Quarentena (IAAP), em Caucaia, ficou mobilizado para o evento.
Somente na Margem Equatorial, há quatro Centros de Defesa Ambiental (CDAs), localizados no Pará, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte; além de outros nove CDAs, bases avançadas e centros de resposta à emergência, distribuídos pelo restante do Brasil. Todas essas estruturas estão devidamente equipadas para pronta resposta em caso de eventos acidentais envolvendo vazamento de óleo no mar, de modo a minimizar danos ao meio ambiente, mesmo que a probabilidade de um evento dessa natureza ocorrer seja remotíssima.
O comandante do simulado, Jeferson Kinzel, explicou que a Petrobras aprimora continuamente a capacidade de resposta a emergências:
“Esse simulado representa uma etapa final de um trabalho de vários anos. Nossa equipe de EOR trabalhou muito bem orquestrada, mostrando que temos total condições de atender a todas as demandas relacionadas à proteção ao meio ambiente, fauna e proteção costeira, conforme compromisso da Petrobras. Em uma área de nova fronteira como esta, mostrar eficiência, segurança e uma enorme mobilização de pessoas, equipamentos e recursos nos abre novas perspectivas para que possamos atuar na Margem Equatorial como um todo”, enfatizou.
Vale lembrar que esses poços já foram perfurados. O simulado foi realizado nesta época do ano, a pedido do Ibama, devido a condições climáticas e marinhas, mas diz respeito a perfurações já feitas.
Margem Equatorial
A Bacia Potiguar abrange porções marítimas dos estados do Rio do Grande do Norte e do Ceará e é parte da chamada Margem Equatorial brasileira, que se estende entre os estados do Amapá e do Rio Grande do Norte. A região é considerada uma das mais novas e promissoras fronteiras mundiais em águas profundas e ultra profundas.
Descobertas recentes anunciadas em regiões contínuas a essas fronteiras, especialmente nos vizinhos Guiana e Suriname, indicam relevante potencial de produção de petróleo para a Margem Equatorial brasileira.
As novas fronteiras brasileiras são essenciais para a garantia da segurança e soberania energética nacional, em um contexto de transição energética e economia de baixo carbono.
Por Tribuna do Norte