A família do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode enfrentar um cenário de risco similar ao de Alexandre de Moraes, caso ele venha a ser alvo de sanções internacionais como a Lei Magnitsky. Um imóvel de alto valor, avaliado em 3,1 milhões de dólares na época da compra (o equivalente a cerca de 22 milhões de reais atualmente), localizado no Condado de Miami, nos Estados Unidos, está em nome de uma empresa offshore ligada diretamente aos seus familiares.

A propriedade, adquirida em 2014, está registrada sob a titularidade da offshore Telube Florida LLC. O nome da empresa, “Telube”, carrega um significado familiar, sendo formado pelas sílabas iniciais dos nomes dos entes queridos do ministro: TEresa (sua falecida esposa, Teresa Cristina Van Brussel), LUna (sua filha, Luna Van Brussel Barroso) e BErnardo (seu filho, o advogado Bernardo Van Brussel Barroso). Inicialmente, a offshore estava no nome de Teresa Cristina, passando para Bernardo após seu falecimento em 2023.

A eventualidade de sanções, como as aplicadas recentemente ao ministro Alexandre de Moraes, traria consequências severas para este patrimônio. A Lei Magnitsky permite o bloqueio de bens e interesses em propriedades de pessoas sancionadas que estejam em território americano ou sob controle de cidadãos e empresas dos EUA. Isso significa que, se Barroso fosse sancionado, o imóvel em Miami e quaisquer outros ativos ligados a ele ou a entidades de sua família nos EUA poderiam ser congelados e, em última instância, perdidos.

A compra do imóvel em 2014 foi um investimento significativo, e a propriedade pertencia anteriormente ao empresário argentino Eduardo Constantini. As informações sobre a offshore e o imóvel são públicas e acessíveis em registros do Condado de Miami, o que torna a situação transparente, mas não menos vulnerável a medidas punitivas internacionais, caso as condições para a aplicação de sanções sejam consideradas.

A situação de Alexandre de Moraes serve como um precedente claro, mostrando que as sanções americanas podem atingir não apenas o indivíduo, mas também suas conexões financeiras e familiares. Para a família Barroso, a manutenção do imóvel através de uma offshore nos EUA, com o nome de seus membros, expõe o patrimônio a um risco considerável diante do atual cenário de tensões e da aplicação rigorosa da Lei Magnitsky