Um parlamentar israelense fez duras ameaças ao Brasil, chamando o país de “patrocinador de terroristas”, após um soldado das Forças de Defesa de Israel (FDI) ser alvo da Justiça brasileira. A declaração foi publicada por Dan Illouz, membro do Knesset, em suas redes sociais no domingo. Illouz prometeu que Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, “não ficará de braços cruzados” diante da investigação e perseguição ao militar. “O Brasil se tornou um Estado patrocinador de terroristas. Em vez de perseguir terroristas, ele persegue um soldado das FDI – um judeu que sobreviveu a uma cozinha brutal e protege o seu povo”, afirmou o parlamentar, acrescentando que o Brasil “pagará um preço” caso não corrija seus “hábitos”.

O caso que gerou a reação internacional envolve o soldado Yuval Vagdani, membro da 432ª Brigada Givati de Israel, que estava de férias no Brasil desde dezembro de 2024. No último dia 30 de dezembro, a Justiça brasileira acatou um pedido da Fundação Hind Rajab (HRF) para que Vagdani fosse investigado pela Polícia Federal, acusado de crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza. Após a decisão que determinou a investigação, o soldado deixou o país em um voo de Salvador para Buenos Aires no domingo.

A ação judicial tem está sendo vista como um ataque a Israel e à sua luta contra o terrorismo. O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre o caso, dizendo que a investigação é uma demonstração de que o Brasil está se posicionando contra Israel, em vez de apoiar a luta contra grupos terroristas. “O Brasil está colocando sua Polícia Federal para investigar um soldado israelense, enquanto ignora os verdadeiros terroristas”, escreveu Bolsonaro em suas redes sociais.

A decisão também gerou repercussão na comunidade internacional, com parlamentares israelenses afirmando que o Brasil será responsabilizado pelas consequências diplomáticas de sua ação. O caso continua a provocar intensos debates sobre a política externa do Brasil e as relações com o Estado de Israel.