João Marcos dos Santos Ribeiro, de 19, e Tiago dos Santos Ribeiro, de 18 anos, foram detidos no último dia 14 - Foto Arquivo pessoal

Irmãos foram detidos no último dia 14, no bairro Parque Aeroporto, em Macaé, apontados por policiais por terem roubado celulares, em Rio das Ostras

Duas semanas de dor e pesadelo para a família ‘Ribeiro’, que busca resposta da Justiça, após a prisão dos jovens, Tiago dos Santos Ribeiro, de 18 anos, e João Marcos dos Santos Ribeiro, de 19 anos, ocorrido no último dia 14, por volta das 17h, na Rua 22, no bairro Parque Aeroporto, em Macaé. Os rapazes que trabalham em um frigorífico no setor pesqueiro, são considerados de boa família por amigos e vizinhos e acima de tudo honestos, sem nenhum tipo de antecedente criminal.

Mesmo assim e sem saber o motivo, Tiago e João Marcos tiveram seus nomes envolvidos em um assalto a pedestre, na tarde do dia 14 de setembro, por volta das 16h, no bairro Jardim Mariléia, em Rio das Ostras. Uma das vítimas do assalto foi uma mulher, que teve o aparelho de celular roubado, e cinco minutos depois, um homem também entrou na estatística de roubo e teve o celular levado pelos bandidos.

De imediato, o casal acionou a Polícia Militar de Rio das Ostras informando o assalto, e prontamente as vítimas recorreram à tecnologia do GPS para saber a localização geográfica dos celulares levados pelos criminosos, que apontavam que os aparelhos estavam na Rua 22, no bairro Parque Aeroporto, porém sem informar o número da residência.

Segundo os pais de Tiago e João Marcos, os agentes militares chegaram à residência de forma truculenta e invadiram o imóvel exigindo a mochila e os dois aparelhos celulares. Os PM’s revistaram todos os cômodos e reviraram os objetos e nada foi encontrado.

De acordo com a mãe dos jovens, Márcia dos Santos Ribeiro, no momento da invasão da polícia na residência, João Marcos estava na Rua 23, conversando com os amigos e o Tiago ainda estava na barbearia. Mais que depressa, o pai foi em busca dos filhos e ao chegar em casa – Tiago e João Marcos -, se depararam com os militares que os levaram para a 128ª DP de Rio das Ostras.

Durante a confecção do Boletim de Ocorrência, uma das vítimas ficou confusa ao tentar identificar os rapazes. Já o outro rapaz – que também foi roubado -, prestou o depoimento dando informação contrária da primeira vítima.

Ainda de acordo com os pais dos rapazes acusados pelos roubos, o sargento militar que acompanhava a ocorrência tentou ‘manipular’ as vítimas. “O policial disse para as vítimas que aquele era o momento de fazer o reconhecimento, pois ‘eu’ – o policial – não saí de Rio das Ostras à toa para vir a Macaé”, detalhou Márcia Ribeiro.

Em entrevista exclusiva para o Jornal O DEBATE, ela denuncia ainda que, o inspetor da delegacia não quis ouvir ninguém da defesa e perguntou para os policiais militares onde estavam os aparelhos celulares. “Foi a hora que um dos PM’s voltou a consultar o GPS dos celulares das vítimas e a localização apontava que os objetos estavam em um quintal de uma casa antiga, na comunidade Nova Holanda”, contou Márcia, que afirma ainda que um dos policiais alegou que não iria até a comunidade, porque o local é uma área de risco.

“Como pode dar voz de prisão para alguém se não tem prova? Até hoje os aparelhos não foram recuperados e nem apareceram”, desabafou Márcia, que alega ter passado dias difíceis com os filhos presos na Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro, em Campos.

“Houve dano irreparável, começando pelos pais que viram os filhos serem transferidos para Casa de Custódia e depois no próprio ambiente. Está difícil encontrar emprego, e agora como fica a situação dos meus filhos que estão presos sem ter prova concreta?”, chorou Márcia que clama por justiça.

O que mais intriga toda a situação é que no dia e no horário do crime, Tiago estava em uma barbearia, que fica localizada na Rua 5, no bairro Parque Aeroporto, em Macaé, fazendo luzes no cabelo. Já o irmão mais velho, o João Marcos estava em casa – onde reside com os pais -, jogando vídeo game.

O jornal O DEBATE entrou em contato com o delegado titular da 128ª DP de Rio das Ostras, Ronaldo Andrade Cavalcante, para falar sobre o assunto, mas não obteve êxito.

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