Será que a solução para as mazelas da segurança pública do Estado ainda passa pela ótica da repressão, do aumento efetivo de policiais nas ruas e da militarização da própria população?
Hoje, os eleitos pela forte comoção das urnas em outubro deste ano, tentam encontrar mecanismos legais para viabilizar as promessas que envolveram os discursos de combate, violência e de guerra civil gritada aos quatro cantos do Estado e do país.
No Rio de Janeiro, o governador eleito Wilson Witzel (PSC) já declinou da garantia de convocar quase mil novos Policiais Militares para reforçarem os batalhões situados em cidades e áreas da capital amplamente vulneráveis por conta do avanço da criminalidade.
Hoje, antes mesmo de assumir as rédeas do governo em frangalhos, que passa a ter um governador eleito preso pela Operação Lava-Jato, há de se entender como a dificuldade de se aparelhar a gestão pública é bem mais complexa que o olhar do povo.
E muito mais que a dificuldade de se peneirar os integrantes do tráfico em meio as milhares de pessoas que vivem hoje nas comunidades, o governo precisa compreender o que de fato restou dos sistemas de segurança que hoje se emparelharam também pela corrupção, e por um poder paralelo que coloca frente à burocracia da Justiça.
Os caminhos que serão trilhados a partir de agora irão definir os próximos passos de restruturação do Estado, que passam pela recuperação do mercado do petróleo, elevando a pujança da economia de cidades estratégicas, tendo Macaé como o principal porto-seguro.
Quem tem pressa é a sociedade, que encara o dia a dia aterrorizada por casos de sequestro, invasões, assassinatos e ocupações.
E por mais que não haja solução imediata, há uma esperança de que a elevação dos recursos do petróleo, mais a visão bélica dos novos gestores, consigam criar soluções que nem mesmo a polícia, por mais experiente que seja, possa alcançar.