As consequências da investigação foram imediatas e severas.
A operação Batismo, realizada na segunda-feira (18) pela Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro descobriu evidências alarmantes de uma conexão entre a deputada estadual Lucia Helena Pinto de Barros, conhecida como Lucinha (PSD), e uma organização miliciana atuante na zona oeste do Rio de Janeiro.
As investigações apontam para um esquema de articulação política em benefício dos milicianos em órgãos públicos. Dentre as provas, mensagens vazadas evidenciam uma relação próxima entre Lucinha e Domicio Barbosa, conhecido como Dom, líder da milícia. Em um dos diálogos, a deputada expressa saudades ao miliciano, enquanto em outro, é chamada de “madrinha” e recebe a promessa de um cavalo como presente.
A operação, que envolveu buscas em oito locais, incluindo o gabinete da deputada na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), resultou em várias descobertas perturbadoras. O escrutínio das conversas entre Lucinha e Dom revelou solicitações da parlamentar para encontros com criminosos notórios, incluindo o chefe miliciano Zinho, procurado por uma série de crimes. Em uma troca de mensagens, Lucinha intervém para tentar liberar comparsas de Dom detidos em flagrante em novembro de 2021, sugerindo até a destruição do próprio telefone para eliminar provas.
As consequências da investigação foram imediatas e severas. A Justiça determinou o afastamento imediato da deputada de suas funções legislativas e proibiu seu acesso à Alerj. Além disso, a operação desvendou a participação de Ariane de Afonso Lima, assessora de Lucinha, nas atividades ilícitas. Ambas são acusadas de interferir na segurança pública do estado, favorecer a soltura de milicianos, manipular o comando do batalhão da PM em Santa Cruz, vazar informações sobre operações policiais e atuar para beneficiar o transporte público de vans controlado pela milícia de Zinho.