A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (20) uma nova emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII) devido ao avanço alarmante da Mpox, causada por uma nova cepa mais letal do vírus. O anúncio foi feito pelo diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus, que seguiu a recomendação de um Comitê de Emergência convocado às pressas para avaliar a situação.
Do pea decisão da OMS foi motivada pela rápida disseminação do Clado 1b da Mpox, detectala primeira vez na República Democrática do Congo (RDC). Com uma taxa de letalidade até 10 vezes maior do que a do surto de 2022, essa nova linhagem do vírus já causou mais de 524 mortes e infectou mais de 14 mil pessoas na RDC apenas neste ano. O vírus também se espalhou para países vizinhos que não tinham registros anteriores da doença.
Tedros destacou que o maior risco atual é a disseminação da nova cepa para outras regiões do mundo, lembrando que a Mpox já havia causado preocupação global em 2022. Na ocasião, o vírus se espalhou por mais de 100 países, resultando em cerca de 85 mil casos. Agora, com o surgimento de uma versão mais agressiva do Clado 1, a OMS teme que uma nova crise internacional de saúde esteja a caminho.
O Brasil, que foi o segundo país mais afetado pelo surto anterior, já registra 709 casos confirmados ou prováveis de Mpox em 2024. O Ministério da Saúde afirmou que está monitorando a situação de perto e analisando as evidências científicas mais recentes para tomar as medidas necessárias.
Especialistas brasileiros, incluindo a coordenadora do Laboratório de Biologia Molecular de Vírus da UFRJ, Clarissa Damaso, e o pesquisador Eduardo Hage Carmo, da Fiocruz, participaram da reunião do Comitê de Emergência e continuam a colaborar com a OMS para enfrentar essa nova ameaça.