O que esperar?

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Dr. Adriano

Após passar pelo crivo das urnas, Dr. Adriano e Marcelino da Farmácia se preparam para serem diplomados nesta quinta-feira (12), respectivamente, nos governos de Cabo Frio e Rio das Ostras. E a população se pergunta o que esperar dessas novas gestões que se apresentam como linha de oposição às administrações passadas, barradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Impactadas por conta da redução das receitas do petróleo, as duas cidades possuem relação direta com o turismo de verão, um movimento que ajuda a reforçar o caixa, porém não suficiente para reduzir a dependência fiscal das compensações financeiras baseadas na produção da Bacia de Campos.

Com folhas de pagamento no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e o custeio de serviços públicos, em especial a coleta do lixo, que engessam qualquer alternativa de se reduzir despesas, as duas cidades precisam agora romper barreiras políticas, dentro de um processo de mudança anunciado em Macaé desde 2012, mas que rendeu poucos resultados nesta quebra de paradigma.

Em Cabo Frio, com uma população estimada em quase 150 mil habitantes, o deslocamento da criminalidade, entrincheirada nas comunidades que surgiram mediante ao inchaço populacional, é o maior desafio do município que, nos últimos anos, apostou no marketing para supervalorizar estratégias focadas em maquiar o déficit da Saúde e da Educação.

Em Rio das Ostras, o principal desafio da gestão pública, além da segurança, é garantir infraestrutura que também acompanhe o inchaço populacional, um fenômeno que fez dobrar o número de habitantes da cidade, hoje composto por 141 mil pessoas, em pouco menos de uma década.

Tendo Macaé como exemplo, as duas cidades ainda acreditam na retomada das atividades do petróleo, para reforçar o caixa. Mesmo que isso seja motivado pelo aumento da compensação do petróleo, uma dependência que já demonstrou ser totalmente prejudicial aos governos.

Com pouco mais de dois anos para concluir os mandatos, os novos gestores destes municípios buscam hoje atender as demandas levantadas durante a eleição, que não devem ser baseadas apenas no discurso de oposição, um grande risco para o sucesso dos novos governos.

E quanto maior é a expectativa do povo, maior é a chance de fracasso para gestões que pensam apenas na política, e se esquecem que o povo é a principal riqueza da cidade, não apenas o voto.