Celio Junger Vidaurre

             Seja em qualquer âmbito administrativo, tanto quando se fala em governo federal, estadual e municipal, em Prefeituras e Câmaras de Vereadores ou mesmo em instituições de classe, a expressão antiga usada por nossos avós – “tomar tenência” – parece ter voltado com toda pujança nesse tempo de pandemia. Se é mais um efeito provocado por essa crise que vivemos na saúde, atingindo cabeças até de inteligências privilegiadas, só saberemos  o resultado final quando os detentores de cargos disputarem suas reeleições. Todavia, é bom saber que, na convivência do dia a dia, dá para perceber qual será o destino dos vitoriosos de hoje.
              Vê-se que, o atual Presidente da República está totalmente perdido no tocante à vacinação. O cara conseguiu até contaminar as mentes de um General e de um médico para transmitirem à população inverdades que todos percebem com as estatísticas ocorridas com milhares de mortos sem qualquer piedade, mas, mesmo assim, insistem no erro de que a vacina não é uma forma de proteção à vida. As consequências estão prestes a serem vistas até outubro próximo. Pior, podem ser os autores da volta do mensalão e do petrolão.
            Aqui no Rio de Janeiro a coisa não é diferente, um cantor gospel chega ao governo do estado, sabe lá como e, sem qualquer noção do tamanho do cargo, acha que cantando em igrejas evangélicas e católicas ao mesmo tempo, pode aumentar o seu rebanho eleitoral, faltando um avô ou avó para lhe telefonar e dizer: “ - Meu neto toma tenência , você chegou longe demais e agradeça a Deus no seu cântico junto aos  Malafaias e Everaldos, seus inventores”. Não se falando em um Presidente Nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, mesmo desgastado na instituição que preside, é levado não se sabe baseado em que, podendo também ser Governador do RJ, mesmo depois ao ser testado numa campanha vexaminosa para vereador.
            Nas Prefeituras, Alerj e Câmaras de Vereadores nada é diferente. A cegueira dos que assumem os cargos é tanta que os orçamentos vultosos já eram enormes anteriormente e, com isso, não precisam ser totalmente utilizados na concepção dos novos detentores dos cargos eletivos. Assim, levam os contribuintes  que acompanham  o desenrolar das administrações a assistirem um Centro de Niterói decadente há  vinte anos, com o prefeito anunciando obras para proteger apenas moradores de ruas, e os vereadores  aplaudindo o anunciado pelo prefeito e, desta forma, acreditando que irão dar lances maiores em suas vidas parlamentares.
        Essa expressão “tomar tenência” nunca foi tão importante para ser utilizada nos dias de hoje, e passou a ser prudentemente necessária tanto para os atuais  governantes do país, principalmente, Brasília, Rio e Niterói, como também nas instituições de classe. Primordial, então, agir com prudência e antecipar o que poderá acontecer negativamente nos futuros pleitos. Todavia, já se sabe que na cabeça do político é ele que entende da coisa. Essa opinião de contribuinte não soma nada para o detentor de mandato. Só no próximo pleito será vista a realidade de suas atitudes. 
         De qualquer forma,  estamos aí enfrentando não só essa  pandemia interminável, como também essa classe política dominante sem uma liderança de relevo que leva a todos  um desânimo total, sem quaisquer  perspectivas de dias melhores. Bom seria juntarmos  todos os avôs e avós dessa classe dirigente e junto a eles fazermos um apelo dramático que apelem para seus netos  no sentido de tomarem  tenência, senão, não terá jeito, “a vaca vai pro brejo”. 

PRUDÊNCIA, PRECAUÇÃO, CAUTELA E CALDO DE GALINHA NUNCA FIZERAM MAL A NINGUÉM.