Desde o último sábado, membros da esquerda têm minimizado as ações terroristas do Hamas, enquanto o governo Lula, embora tenha reconhecido a gravidade do conflito, ainda reluta em classificar o Hamas como um grupo terrorista.
O movimento Judeus pela Democracia lançou um manifesto na noite de quarta-feira (11), expressando sua preocupação em relação à maneira como a esquerda brasileira tem abordado o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Desde o último sábado, membros da esquerda têm minimizado as ações terroristas do Hamas, enquanto o governo Lula, embora tenha reconhecido a gravidade do conflito, ainda reluta em classificar o Hamas como um grupo terrorista.
O manifesto dos Judeus pela Democracia faz um apelo aos progressistas brasileiros, destacando que o que ocorreu no sábado não pode ser justificado como uma luta pela liberdade do povo palestino ou por justiça social. Os eventos foram caracterizados como um massacre, uma repetição histórica das atrocidades cometidas contra o povo judeu. O Hamas, longe de ser um grupo de liberdade, é descrito como criminoso, cujas ações têm sido motivadas pelo ódio, não pelo direito legítimo do povo palestino à sua autodeterminação. O manifesto destaca a importância da empatia, pedindo aos brasileiros progressistas que reconheçam o sofrimento do povo judeu e rejeitem a barbárie e o extremismo religioso.
Leia a carta na íntegra:
Aos progressistas brasileiros como nós. Aqueles que se consideram militantes dos direitos humanos e da justiça social. Aqueles que dedicam a sua vida na luta por um mundo mais justo e igual. Por favor entendam: o que vocês testemunharam no sábado não teve a ver com a liberdade ao povo palestino ou com justiça.
O MASSACRE de sábado é a repetição do que tantas vezes se viu contra o povo judeu ao longo da história. O que foi visto foi uma ação coordenada e deliberada buscando o extermínio de judeus. Não existe justificativa política ou humana para isso.
Pular o período de luto e pesar diretamente para o debate da opressão do povo palestino é jogar o jogo do Hamas. O Hamas quer que a carnificina perpetrada seja racionalizada, justificada. Querem que os crimes cometidos sejam ignorados.
Não basta começar com “foi lamentável, MAS…” e discorrer sobre relações históricas, ação e reação, culpabilizar a vítima. Isso não deixa de ser uma relativização e pior, uma negligência ao assassinato de 1200 civis.
Vocês precisam respirar um momento. Colocar-se no lugar dos milhões de judeus, vítimas diretas e indiretas, em choque e luto.
O Hamas não é um grupo de luta por liberdade. São criminosos que mataram, sequestraram, estupraram e violaram, não pelo justo direito do povo palestino à sua autodeterminação, mas por ódio. Ser a favor da causa palestina não pode te fechar os olhos aos sofrimento de outros.
A única reação possível deveria ser a rejeição da barbárie, do assassinato em massa, do extremismo religioso. Não foi uma resposta a nada. É um curso de ação, um plano, explicitamente defendido pelo grupo desde a sua criação.
Não se trata de fechar os olhos ao sofrimento do povo palestino. Mas é momento para você, brasileiro progressista, exercitar a sua EMPATIA também com o povo judeu. Não apague a nossa humanidade, o nosso sofrimento.
Fazer isso jogará, ainda mais, a situação no colo dos que querem a guerra, a destruição e a perpetuação do medo.