Dados do ISP apontam que a taxa de homicídio no mês de agosto apresentou queda, porém o número de mortes nos últimos oito meses é maior que o ano passado
O Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio divulgou na última semana, dados de criminalidades na cidade, referente ao mês passado, que de acordo com o balanço da secretaria de Segurança Pública, Macaé apresentou redução na taxa de homicídio, com 5 ocorrências de vítimas com arma de fogo no mês de agosto, enquanto nos primeiros sete meses deste ano, a taxa mensal de criminalidade variava entre 10 a 23 assassinatos.
Mesmo com a queda no número de assassinatos no último mês, o ISP aponta ainda que a taxa de homicídio nos últimos oito meses é superior no mesmo período do ano passado, onde já foram contabilizados 80 assassinatos em 2020, contra 63 em 2019, ou seja, um aumento de 27%.
A estatística relata ainda que, enquanto houve a redução de crimes no mês passado, a tentativa de assassinatos aumentou disparadamente, ou seja, somente em agosto foram registrados 12 tentativas contra 8 no mesmo período do ano passado.
Ainda de acordo com os dados do ISP, de janeiro a agosto deste ano, Macaé já contabilizou 111 tentativas de homicídios contra 55 em 2019, ou seja, mais que o dobro de um ano para o outro, um aumento de 101%.
No entanto, o número de homicídios pode ser maior que o divulgado. Isto porque, quando a vítima é atendida com vida, o caso é registrado como tentativa de homicídio, mesmo que a pessoa venha a morrer posteriormente em decorrência do crime.
Para a Polícia Civil de Macaé, o tráfico e o uso de drogas estão relacionados à maioria dos homicídios, embora não seja possível informar o número exato de casos com estas motivações. O tráfico de drogas ainda é o grande motivador das disputas violentas que são travadas nas ruas e no interior do sistema penitenciário.
Segundo dados do Atlas da Violência, a cidade de Macaé já esteve no topo do ranking mais violenta do Estado do Rio e agora ocupa a 14ª posição entre os 92 municípios. Entre as 10 cidades fluminense (com mais de 100 mil habitantes) listadas como mais violentas, além de Queimados, estão Nilópolis, Itaguaí, Magé, Japeri, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Itaboraí, Araruama e Angra dos Reis.
As medidas de isolamento social para combater a pandemia do novo coronavírus (e a consequente diminuição do fluxo de pessoas nas ruas), determinadas por decretos do Governo do Estado desde o dia 16 de março, não impediram o aumento do número de homicídios nos municípios.
Os dados apresentados são da Polícia Militar, onde as vítimas recorrem à Polícia Civil para a realização do Boletim de Ocorrência. Mesmo com a redução e outros tipos de crimes que ficaram estagnados, o macaense se sente refém do medo, já que constantemente a população tem sido alvo de roubo e presencia homicídios e confrontos em comunidades entre traficantes rivais.