Um novo teste de Alzheimer que chegou ao Brasil pode detectar a doença em menos de 20 minutos e com eficácia. Os exames tradicionais costumam demorar de 6 a 8 semanas.
Este teste é capaz de avaliar de maneira simplificada e padronizada a dosagem de biomarcadores TAU e beta-amiloide no líquor (encontrado no espaço subaracnóideo no cérebro e medula espinhal entre as meninges aracnóide e pia-máter).
O teste Elecsys CSF, produzido pela empresa Roche Diagnóstica, é automatizado. Feito via coleta por meio de uma punção lombar, é algo seguro e pouco invasivo, afirma a empresa. Ele deve ajudar a diagnosticar pacientes em estágio inicial da doença para que os tratamentos comecem logo.
Revolução no tratamento
O neurologista do Núcleo de Excelência em Memória (Nemo), do Hospital Albert Einstein, Ivan Okamoto disse que é cada vez mais necessário um teste rápido e preciso para a Doença de Alzheimer.
“Antes as intervenções mais efetivas junto a pacientes com doença inicial não existiam, atualmente, os avanços da medicina vêm ampliando as possibilidades de tratamentos nesse grupo de pessoas”, comentou o neurologista.
De acordo com Ivan, a doença pode se desenvolver no organismo do paciente de 15 a 20 anos antes de manifestar qualquer sintoma visível. Antes das manifestações clínicas, o paciente entra em um estado de “comprometimento cognitivo leve”.
Por isso, o novo teste será eficaz para tratar as pessoas antes que elas desenvolvam estágios mais avançados e graves da doença, impedindo que ela se desenvolva de forma progressiva no indivíduo.
Sintomas e intervenção
Comprometimento da memória, deterioração de habilidades cognitivas e a perda gradual da capacidade de realizar atividades da vida diária são alguns dos sintomas do Alzheimer. A doença afeta não só a percepção dos pacientes assim como a linguagem.
No Brasil, mais de 1 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas
De acordo com Ivan, o comprometimento cognitivo leve não é determinante para o desenvolvimento de distúrbios neurodegenerativos progressivos e aproximadamente 35% dos pacientes que apresentam este fator evoluem para demência.
Inovação na medicina
Mesmo com os métodos atuais de checagem da memória, o novo teste de Alzheimer Elecsys poderá indicar os biomarcadores presentes nos estágios iniciais da doença e dar uma nova opção para que os médicos parem o avanço dela.
“O diagnóstico clínico em um paciente com comprometimento cognitivo leve é extremamente desafiador, por isso há necessidade de testes diagnósticos mais precisos, como o nosso”, afirmou o presidente da Roche Diagnóstica no Brasil, Carlos Martins.
O avanço na agilidade de tratamento da doença é muito importante e por isso o teste será um sucesso no campo da Medicina.
“Estamos trazendo para o mercado os testes IVD, em amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR), que aumentam a precisão do diagnóstico e a confiança do médico”, afirmou.
Por Gazeta do Amapá