Segundo o senador Jean Paul Prates (PT-RN), integrante do grupo técnico da transição de governo, revisão passa pelo plano de investimentos na área de refino, mas não deve alterar o regime de partilha da produção, aplicado às licitações de reservas do pré-sal
O senador Jean Paul Prates (PT-RN), integrante do grupo técnico da transição de governo, afirmou há pouco que o conselho de administração da Petrobras que será indicado pelo novo governo vai rever a política de distribuição de dividendos da companhia.
Para o senador, o governo eleito deve inclusive rever o plano de investimentos na área de refino, que foi praticamente suspenso enquanto as plantas de produção de derivados estão sendo vendidas. Ele reafirmou que pediu ao atual governo que seja interrompido o processo de venda de ativos da companhia. “Qualquer coisa que esteja começando e seja feito apressadamente preocupa, mas vamos ver de acordo com as informações que forem chegando”, afirmou
Prates reiterou que a política de preço da Petrobras será revista, mas rechaça as especulações de que o novo governo assumirá uma postura intervencionista. Ele disse que se deparou novamente com uma “lenga-lenga” sobre o risco de intervenção do governo eleito no mercado de petróleo e derivados, o que lhe “irritou bastante”.
“A gente está a todo instante tendo todo o cuidado do mundo para assegurar que não vai ter medida interventiva, não vai haver pé na porta de ninguém. Então, quem está especulando com isso está fazendo por sua própria conta e risco. Nós não passamos essa insegurança em momento nenhum”, afirmou.
O senador disse que ficou particularmente irritado com a informação de que um executivo do alto escalão da Petrobras chegou a integrar o governo de transição de “terra-planistas”.
Questionado sobre a estratégia de mudança do regime de partilha da produção, aplicado às licitações de reservas do pré-sal, Prates garantiu que isso “não será mexido”. “Está fora de cogitação [mexer no modelo]. Tem que lidar com a partilha, que é uma coisa conquistada”, ressaltou.
Por Rafael Bitencourt, Caetano Tonet e João Valadares, Valor — Brasília