Os deputados e senadores que assumiram mandatos para a atual legislatura, agora cuidadosos com as invenções do caixa dois de campanha e o dinheiro extraviado de empresas através de doleiros ou outras façanhas mais ousadas para exigir propinas, tornando o Brasil o país dos escândalos após a ação da Operação Lava Jato, parecem que ao chegar em Brasília, esqueceram que o Brasil existe mas viraram as costas para a sociedade. Insaciáveis com o antigo toma lá dá cá, que o presidente Bolsonaro conseguiu, pelo menos em parte, colocar um fim, e não conseguindo emplacar indicações para cargos comissionados em seus estados e municípios, querem voltar ao poder com caneta na mão.
Mas, como? Pelo menos, ao ser prefeito de uma capital ou de qualquer município, o poder da caneta é maior do que o prestígio do parlamento, agora com as torneiras praticamente fechadas e sem dutos para escoar as propinas, agora exigida com mais cautela (elas não acabaram), qual o melhor caminho para muitos deputados e senadores? Voltar a chefiar um cargo executivo.
E, para conseguir esse objetivo, o que fizeram pelo menos os representantes de 13 partidos? PT, MDB, PSL, PSD, DEM, PSB, PDT, PTB, PP, PL, PSDB, Solidariedade e Republicanos? Trataram de, a conta-gotas, transformar o financiamento público de campanhas eleitorais em pretexto para reduzir os gastos sociais no Orçamento federal, comportamento de políticos que vivem numa redoma, descolados da sociedade que representam e se uniram para avançar sobre o cofre público, aumentando o Fundo Eleitoral que era de R$ 1,7 bilhão em 2018, para R$ 3,8 bilhões agora para financiar campanhas de candidatos à prefeitura e câmaras municipais do ano que vem, aumento de 48% em relação ao que foi gasto em 2018.. E, sabe de onde tiraram o dinheiro para inflar o Fundo Eleitoral?
Tirando verbas da saúde (R$ 500 milhões), infraestrutura e desenvolvimento regional, incluindo verbas para habitação e saneamento (R$ 380 milhões) e educação (R$ 280 milhões). Com isso, as duas maiores bancadas, PT e PSL juntas, terão quase R$ 800 milhões do Fundo Eleitoral, cerca de 20% do total para distribuir aos seus candidatos a prefeito e vereador. Isso prejudica o futuro dos cidadãos em troca de um presente viciado. Você aí, concorda? Se não, use as redes sociais, pressione seu deputado ou senador, para protestar antes que o orçamento seja aprovado.
Água para Macaé
Parece que o período da campanha política está chegando e, como sempre acontece, o que mais rende votos, segundo alguns militantes políticos, é a promessa de levar água para as torneiras que abertas não caem um pingo sequer, como em alguns bairros periféricos, não só de áreas de invasão, onde reside a maioria da população carente, como também em bairros nobres, no lado sul da cidade, onde se observa um grande número de caminhões-pipa circulando para abastecer bares, restaurantes e hotéis.
Tempo bom aquele que pouca gente conhece, quando na década de 50, a cidade era abastecida com a água do Parque Atalaia, na região serrana, história que ainda é contada pelos velhos moradores da Aroeira e Botafogo. Depois que a prefeitura fez convênio, primeiro com a Sanerj que pertencia ao governo do antigo estado do Rio de Janeiro que tinha Niterói como capital, e depois CEDAE, após a fusão com o então Estado da Guanabara, em 1975, que teve Faria Lima como interventor, tudo poderia ser melhor, mas as coisas só foram piorando. Macaé e Rio das Ostras foram as cidades que mais cresceram na região com a chegada da Petrobras e o boom imobiliário, com a especulação desenfreada, o poder público não teve como acompanhar o crescimento e então os candidatos, desde ao governo do Estado, prometiam… “Mais água para Macaé”. Passadas as eleições, cadê a água? Para ficar bem na fita, quando governadora, Rosinha Garotinho teve até solenidade no Lagomar, onde a Cedae instalou um “canhão de água” para fotografia e, depois, cadê a água? Sumiu… O problema continua cada vez maior porque o rio não é dragado há muito tempo e até a captação de água na Severina fica prejudicado. Imagina agora, com a chegada do verão. E pensando em acabar com essa falsa promessa da Cedae em 2013, numa das reuniões da Firjan, que iria investir R$ 105 milhões para resolver de uma vez por todas a situação, o que se viu? Nada.
A Cedae quebrou, agora encontra-se no caminho da privatização, o prefeito tenta quebrar o contrato de 30 anos, mas o processo na Justiça continua emperrando o distrato, o povo continua pagando uma conta alta sem ter o líquido vital e precioso, continua reclamando e, cadê a água? Preparem-se porque o verão vem aí, está chegando e com mais força do que o ano passado. E a água? Será que chega? Tem gente que duvida…
PONTADAS
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O Ministério Público entrou com uma ação civil pública para que o governo do Estado e a Assembleia Legislativa, regularizem a situação do quadro de pessoal do Legislativo fluminense e não admitam mais servidores sem concurso público. Levantamento da promotoria identificou que a Alerj tem 658 servidores efetivos e 3.423 servidores comissionados, além de 631 requisitados de outros órgãos. O portal da transparência mostra que 86% é de comissionados 16% de concursados.
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Em todas as prefeituras e câmaras municipais do país – são mais de 5.570 pelo Brasil afora – a situação é a mesma. Tem servidores comissionados ganhando mais do que os concursados e daí a descoberta do esquema “Rachid”, aquele em que o servidor nomeado tira a grana do banco e devolve para o parlamentar ou divide com outros do grupo. Bem que o Congresso poderia criar uma lei extinguindo os cargos comissionados em todo o país. Já imaginaram quanta economia?
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A partir da próxima semana a agitação começa a tomar conta de todos os setores por conta dos festejos de fim de ano, com as confraternizações nas empresas e em órgãos públicos, para troca de presentes agora de “amigos ocultos”. Como o Natal cai numa quarta-feira, os demais dias deverão ser “enforcados” com a decretação de ponto facultativo nas repartições públicas e, para os empresários bem-sucedidos, um bom período de ócio. Para o comércio, período ótimo.
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Até domingo.