Jefferson Luiz Moraes, viúvo de Maida Berenice Flores da Silva, revelou em entrevista detalhes da confraternização de Natal que terminou em tragédia na cidade de Torres, no Rio Grande do Sul. No dia 23 de dezembro, o que deveria ser um momento de alegria deu lugar ao horror após a família consumir um bolo de reis envenenado. Três pessoas morreram, incluindo Maida, a irmã dela, Neuza Denise Silva dos Anjos, e a sobrinha, Tatiana Denise dos Anjos. “A primeira mordida já tinha algo errado”, afirmou Jefferson ao programa Fantástico.
Segundo Jefferson, a confeiteira Zeli, que preparou o bolo, percebeu algo estranho logo após a primeira fatia. “Ela comeu primeiro e notou um gosto estranho. Depois que comi, também senti um azedume”, relatou. Os sintomas de envenenamento surgiram rapidamente. “Zeli saiu correndo para vomitar. Maida e Tatiana sentaram e não levantaram mais. Zeli desmaiou no chão”, descreveu. Apesar de ser a que mais consumiu o bolo, Zeli sobreviveu após vomitar, mas precisou ser internada na UTI, tendo alta apenas no dia 10 de janeiro.
As investigações apontam que Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli, foi a autora do crime, adicionando arsênio à farinha usada no preparo do bolo. Presa no Presídio Estadual Feminino de Torres, ela é também suspeita de ter envenenado o sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro de 2024, ao colocar o veneno em um pote de leite em pó dado a ele. O corpo de Paulo foi exumado e exames confirmaram a presença do mesmo veneno.
Para a polícia, Deise é considerada uma assassina em série e pode ter envenenado outras pessoas próximas. As autoridades ampliaram as investigações e estudam a exumação do corpo de José Lori da Silveira Moura, pai de Deise, que faleceu em 2020 sob suspeita de cirrose. O caso continua a chocar a população, enquanto familiares das vítimas buscam respostas e justiça.