O macaense faleceu no dia 26 de junho, aos 85 anos, vítima de Covid-19
Neste tempo de pandemia, morre o comerciante Leacir da Silva. O macaense faleceu no dia 26 de junho, aos 85 anos, vítima de Covid-19.
A sua morte foi comunicada pelo filho, o deputado Christino Áureo, que usou as redes sociais. “Amigas e amigos, comunico que, apesar de toda luta, hoje meu pai fez a sua passagem. Tenho convivido ao longo da minha vida com muitas pessoas e aprendido com elas, mas foi com meu pai que aprendi as bases de tudo o que eu sou. Caráter, a forma positiva de ver a vida, o respeito pelo outro. Vai, meu amigo, vai encontrar lá no outro plano todas as pessoas que são amadas nossas. Vovô Christino, Vovó Maria, seus irmãos e todos que você amou profundamente a vida toda. Nós vamos continuar aqui, seguindo seu exemplo de fé, esperança e, sobretudo, de alegria de viver. Agradeço todas as manifestações que foram colocadas e peço a Deus que proteja e abençoe suas famílias.
De acordo com as informações do deputado Christino Áureo, Leacir da Silva nasceu em Glicério, na Serra Macaense, filho de Christino José da Silva Junior, que inclusive dá nome à estrada que liga Macaé à região serrana, e Maria Adelaide Porto da Silva, produtores rurais em Córrego do Ouro. Leacir manteve a atividade paterna e sempre se dedicou muito à produção agropecuária. Além disso, ele trabalhou muitos anos na secretaria estadual de educação. Casou-se com Cleir Machado Canela da Silva e teve dois filhos, Christino e Gilberto e filha do coração, Luciene.
Quando os filhos precisaram estudar, se mudou para o centro de Macaé, onde montaram um comércio. Nesta ocasião, Leacir teve uma participação ativa na vida da cidade. De personalidade afável, comunicativa e alegre, recebia a todos bem, principalmente os imigrantes, vindos do Nordeste ou de municípios do interior do Estado do Rio para tentar a vida em Macaé. Seu espírito bondoso e humano foi muito marcado pelas serras macaenses que tanto amava, e pelo dia a dia corrido na Rua Direita (Avenida Ruy Barbosa). Para o deputado federal Christino Áureo, Leacir deixou grandes ensinamentos, que marcaram para sempre a vida de muitos.
“Muitas vezes, meu pai hospedou famílias inteiras, sempre oferecendo acolhimento e, até mesmo, conseguindo empregos para essas pessoas. Era um grande humanista e, por essa atitude perante a vida, deixou muitos amigos, sempre sendo muito querido por todos.”
Embora botafoguense, seu ponto de encontro era no famoso Zé Mengão. Christino Áureo recorda, com um sorriso saudoso nos lábios, as longas discussões destas duas figuras ímpares da história macaense, às segunda-feiras, quando divergiam sobre as performances dos seus times do coração.
“Muita gente lembra do papai por essa característica, de ser um botafoguense ferrenho. Apesar de nós, filhos, sermos flamenguistas, sempre respeitamos muito o Botafogo por causa da escolha do papai”, contou o deputado Christino Áureo, esclarecendo que mais tarde, Leacir retorna à produção rural, atividade que ele não abandonou até o final da vida. “Meu pai era um verdadeiro apaixonado pelo campo, dedicado produtor de leite e membro da Associação Nacional da raça Girolando. Fazia isso com muito gosto. Mesmo após ter perdido a visão aos 65 anos, ele nunca deixou de se dedicar à produção leiteira”, lembrou Christino, que revelou, ainda, que o pai sempre gostou de política.
“Acho que herdei dele essa paixão. Estava sempre atento à vida nacional, e eu gostava de ouvir suas observações sobre os cenários políticos. Ele conhecia bem o assunto, acompanhava de perto desde os anos 50. Portanto, viu muita coisa da história do Brasil. Ficaram muitas coisas boas da nossa convivência. Ele tinha muito orgulho do meu trabalho, acompanhando cada passo. Sempre me aconselhou com muita sinceridade, e eu sempre gostei de ouvir suas sábias e precisas opiniões”, disse.
E prosseguiu: Para mim, e toda família, foi uma perda imensa. Meu pai, apesar de ter vivido várias adversidades ao longo da vida, pois vinha de uma família que teve que enfrentar muitas dificuldades, nunca perdeu a força e a alegria, que sempre o marcou e que nos inspira”, frisou.
Por ter acompanhado o pai, antes de saber da doença, Christino Áureo também testou positivo para a Covid, mas passa bem, sem sintomas. Leacir partiu deixando esposa, filhos, nora, oito netos e três bisnetos.