Ato ocorreu na manhã de ontem, na Avenida Industrial. Entre os pedidos estão a água e o transporte público
Situado na parte alta das margens da Avenida Industrial, o loteamento Alto das Palmeiras é desconhecido pela maioria dos macaenses, inclusive, ao que tudo indica, também pelo poder público. Há anos os moradores cobram das autoridades as melhorias em infraestrutura na localidade mas, segundo eles, isso nunca aconteceu. Cansados de conviver com tanto descaso e abandono, um grupo com cerca de 20 pessoas se reuniu na manhã de ontem (11), na Avenida Industrial e realizou uma manifestação pacífica. Parte da via foi interditada, por volta das 6h, com cartazes com as reivindicações.
Segundo o presidente da Associação de Moradores do Jardim Franco Plaza, Garden e Palmeiras, Dilson Jordão, a lista de pedidos é grande, mas, no primeiro momento a população solicita que, pelo menos, serviços básicos sejam atendidos.“O pessoal está indignado com tamanho descaso. Estamos fazendo um protesto sobre as demandas que nunca aconteceram nas Palmeiras”, diz ele. Uma delas é a questão da água, problema que atinge muitos macaenses.
“O bairro não tem abastecimento. Os moradores dependem de carros-pipas, que cobram, muitas vezes, um valor mais alto do que é cobrado aqui na parte baixa, por exemplo. O que acontece hoje é que muitos estão desempregados. Como não podem viver sem água, se uniram e fizeram uma vaquinha para pagar. Quem não tem condições, acaba sendo abastecido porque os vizinhos são solidários. Só que chegou num estágio que está insustentável. Como que uma mãe vai dar banho no filho? Cozinhar? Lavar uma louça sem água? É um direito de todos o acesso a ela e isso não é atendido”, diz.
Outra questão é o transporte público. Quem depende do serviço, precisa descer até a Avenida Industrial, já que o ônibus não passa dentro do loteamento. “Solicitamos e falaram que dependeria das condições da rua. Nos pediram para passar a máquina e o pó de brita e fizemos, mas aí vieram com a justificativa que uma rua não dava para subir o coletivo. Como não? Até caminhão-pipa cheio consegue. Sendo que existem outras vias que isso é possível, ou seja, é mais uma desculpa para não atender a população”, reclama.
Como alternativa, muitos utilizam o serviço do Uber. “Não sei o que acontece que os motoristas não querem mais subir no bairro. Deixam os passageiros na beira da pista, muitas vezes tarde da noite. Os moradores ficam expostos a riscos de serem assaltados, como alguns já foram, porque os carros se recusam a subir devido a precariedade do local”, relata Dilson.
A limpeza também é alvo de reclamações. “Assim como no Jardim Franco Plaza e Garden, aqui o serviço é feito de qualquer jeito, e quando é feito. Os moradores querem que as coisas dessem uma melhorada, nem que seja o básico. Todos os imóveis e terrenos pagam os impostos, mas para onde esse dinheiro está indo? O contribuinte não está vendo o retorno em melhorias no bairro”, questiona o presidente. “A gente pede ao poder público que nos ajudem nesse momento. Que atendam essas reivindicações”, completa.
Segundo Dilson, no local existem atualmente cerca de 70 residências, mas a localidade tem grandes possibilidades de expansão, pois existem mais de mil terrenos na região. “A iluminação nós fizemos ela toda recentemente. Só estão faltando agora, de urgência, essas coisas: água, transporte público, saneamento e limpeza de qualidade. Estamos pedindo as autoridades que venham olhar com outros olhos por esse bairro”, finalizou.
A nossa equipe de reportagem entrou em contato com a prefeitura, que informou, por meio da Secretaria de Infraestrutura, que a limpeza e a manutenção das ruas do bairro já estão programadas.
Já a solicitação de melhoria no transporte público foi encaminhada para o setor responsável. Com relação ao abastecimento de água, ela informou que é preciso que a questão seja encaminhada para a Nova Cedae.