Segundo denúncias, local que é frequentado por usuários de drogas aumenta a insegurança no entorno
Considerado um “elefante branco” o prédio que abrigava o antigo Hospital do Sase, na Fronteira, segue sem utilidade para a população. Pelo contrário, há anos a construção vem sendo motivo de medo e preocupação para quem vive no entorno ou precisa passar por ali diariamente.
Essa semana, alguns moradores procuraram a nossa equipe de reportagem para relatar o problema novamente. Eles aproveitam para alertar as autoridades e cobrar uma solução em relação a isso.
O imóvel é alvo de pichações e serve de abrigo para usuários de drogas, descarte irregular de lixo e entulho. O prédio poderia ser mais um auxílio à saúde pública de Macaé, porém, esquecido pelo poder público, é mais um espaço perdido pela população.
“Está realmente perigoso. Os moradores até evitam passar por aqui com medo. O prédio está abandonado. Já houve uma morte lá dentro e assaltos. Esses casos deveriam servir de alerta às autoridades”, diz um morador, que pede para não ser identificado. “A sensação quando você passa à noite naquele local não é das melhores. Tudo abandonado e aberto. Nós sabemos que um local assim não atrai coisas boas, como ocorreu com a mulher morta lá dentro. Vão esperar acontecer mais o quê para fechar aquele local?”, questiona.
Além do consumo de drogas, os moradores também atentam para um outro problema de segurança: as condições estruturais do prédio. “Há alguns anos a prefeitura veio, fechou tudo com concreto, mas de nada adiantou. Passou o tempo e os invasores arrumaram uma maneira de abrir buracos para entrar”, lamenta uma outra moradora, que também pede sigilo da sua identidade.
Muito já se falou em fazer e, no entanto, nada foi realizado. Uma das últimas opções de transformarem o imóvel foi na gestão passada, pela secretaria de Saúde, que afirmou que o local se tornaria um Centro de Imagem, oferecendo serviços como raio-x, tomografia e mamografia.
Após isso, em 2013, a gestão atual disse que o local estaria em processo de cessão para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que utilizaria o espaço como Clínica Integrada de Saúde.
No início de 2015, a prefeitura chegou a informar, em nota enviada ao jornal, que havia um projeto de implantação do hospital e que existia um estudo sobre o assunto, mas sem previsão para a licitação e início das obras.
Contudo, enquanto nada é definido, hoje o prédio representa para a população apenas um quarteirão de desperdício de dinheiro público que poderia ser revertido em melhorias para a cidade.
“Não precisa ser necessariamente usado para a saúde. Poderia ser uma escola, creche, biblioteca, qualquer coisa para que esse espaço público não ficasse assim largado, virando um reduto de bandidos”, finalizou a moradora.
A nossa equipe de reportagem procurou novamente a prefeitura, que informou que no local funcionará um Centro de Especialidades com foco na maternidade. Ela explica que o projeto encontra-se na secretaria de Obras para fase de orçamento e posterior licitação.