Nomeado por Lula em 1º de janeiro, Saulo Moura da Cunha liderou a agência interinamente durante os atos ocorridos em janeiro e deixou seu cargo em março, assumindo posteriormente um cargo no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) até junho
Nesta terça-feira (1º), foi confirmado pelo ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, que, a pedido do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, o nome dele foi retirado de um relatório da agência que foi enviado ao Congresso Nacional. Indagado pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), se teria cometido alguma ilegalidade, o ex-diretor da Abin afirmou que obedeceu a ordens superiores e seguiu as normas da agência, que determinam que o ministro-chefe do GSI é quem determina o envio das informações. A adulteração dos relatórios foi identificada pela Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, a partir do conjunto de documentos da Abin relacionados aos acontecimentos de 8 de janeiro.
A oitiva do ex-diretor da Abin, Saulo Moura da Cunha, teve início após extensas discussões, incluindo o impasse sobre a entrega de imagens pelo ministro Flávio Dino e o vazamento de dados bancários do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nomeado por Lula em 1º de janeiro, Saulo Moura da Cunha liderou a agência interinamente durante os atos ocorridos em janeiro e deixou seu cargo em março, assumindo posteriormente um cargo no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) até junho. Ele afirmou que, apesar do habeas corpus, responderia a todas as perguntas dos membros da comissão. Durante o depoimento, revelou que a Abin produziu 33 alertas de inteligência entre os dias 2 e 8 de janeiro, mas não foi possível identificar a “qualidade” dos passageiros nos ônibus que se dirigiam a Brasília, se eram extremistas ou não.
De acordo com Saulo Moura da Cunha, a inteligência da Abin atuou em prol da preservação das instituições democráticas de direito, ressaltando que o plano de segurança estava sob responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, liderada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. Ele também enfatizou que os alertas produzidos pela Abin foram enviados para essa secretaria.
Por portal Novo Norte