A denúncia foi feita com base em registros de agendas e listas de entradas e saídas obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.
O jornal Estadão revelou a existência de um “Gabinete paralelo” no Ministério das Comunicações, liderado pelo ministro Juscelino Filho, durante o governo de Lula. Segundo o jornal, o ministro permitiu que um aliado político, João Bezerra Magalhães Neto, atuasse na pasta mesmo sem ter qualquer vínculo formal com o governo. Magalhães, que é aposentado por invalidez segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), participou de pelo menos 32 reuniões no ministério desde janeiro. Além disso, o sogro do ministro, Fernando Fialho, também faz parte desse gabinete paralelo e recebe empresários em nome do ministro, mesmo quando Juscelino Filho está ausente.
A denúncia foi feita com base em registros de agendas e listas de entradas e saídas obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Magalhães Neto se reuniu com representantes de empresas e até mesmo com a vice-reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Embora não esteja oficialmente nas agendas públicas do ministério, ele é visto como um coordenador-geral e entrevistou todos os secretários antes de suas nomeações.
A atuação de Magalhães e Fialho sem vínculo formal com o governo é considerada irregular por especialistas. A advogada Cecilia Mello destaca que é necessário ter um contrato nos termos da lei para trabalhar na administração pública, mesmo no caso de trabalho voluntário. O Ministério das Comunicações negou as acusações e afirmou que Magalhães e Fialho são pessoas próximas do ministro, mas não usaram as estruturas do ministério para receber empresários. No entanto, as agendas reveladas pela reportagem contradizem essa afirmação.
Por portal Novo Norte