Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica conta com apoio financeiro do KfW/FUNBIO e deve investir R$ 38 milhões na recuperarão de 3 mil hectares de áreas degradas
O Ministério do Meio Ambiente selecionou 10 iniciativas para atuarem na recuperação da vegetação nativa no âmbito do Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica. Serão investidos mais de R$ 38 milhões para a recuperação de 3 mil hectares de áreas degradas em regiões de mosaicos de áreas protegidas nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
Nos dias 22 e 23 de março os 10 projetos selecionados foram apresentados durante o I Seminário de intercâmbio entre projetos de recuperação da vegetação na Mata Atlântica, que reuniu representantes de instituições públicas, privadas e pessoas que atuam na cadeia produtiva da recuperação, para a troca de conhecimento e estímulo de parcerias.
Julie Messias e Silva, diretora de Ecossistemas do MMA, destacou a meta do ministério de recuperar 18 milhões de hectares de mata nativa em todos os biomas brasileiros. Julie afirmou que a primeira fase do Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica teve foco na capacitação e no desenvolvimento de instrumentos técnicos e, agora, o objetivo é atuar na prática. “Temos avançado nas discussões, buscando dentro dos nossos projetos, fortalecer a agenda de restauração. Muito do que a gente tem feito, tem sido resultado das lições aprendidas e eu espero que esse intercâmbio seja importante para quem vai implementar os projetos”, ressaltou a diretora.
O Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica é coordenado pelo Departamento de Ecossistemas da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais do MMA, com apoio financeiro viabilizado pelo Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), por intermédio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). As ações de recuperação da mata nativa apoiadas envolverão cerca de 10 viveiros ou grupos coletores de sementes e atividades de treinamento voltadas às pessoas que atuam na cadeia da recuperação, incluindo a capacitação de proprietários rurais. Segundo o Superintendente de Programas do FUNBIO, Manoel Serrão, os projetos vão ter papel fundamental na mobilização e capacitação de mais de 600 pessoas, fortalecendo a cadeia da restauração. “Ainda existem gargalos na cadeia. Precisamos melhorar o modelo de negócios, reduzir os custos e contribuir para uma organização mais eficiente para a restauração. Acredito que a valorização da cadeia de restauração fortalece a presença de atores robustos”, pontuou Manuel.
Florian Arneth, Gerente de Projetos e Uso Sustentável das Florestas Tropicais do banco alemão KfW, também reforça a necessidade de estruturar a cadeia para atender as ações de reflorestamento com mais eficiência. “Precisamos de viveiros, de mudas, precisamos de uma economia que também ajude os produtores e proprietários dos imóveis, para realmente implementarem o reflorestamento. Podemos ter mais parcerias entre agentes para um reflorestamento em grande escala, porque o desafio é grande”, concluiu Florian.
A seleção dos 10 projetos foi resultado da Chamada Pública nº 06/2021, no âmbito do Projeto Mata Atlântica, lançada pelo FUNBIO. As ações começaram a ser executadas em 2022, com previsão de término ao final de 2023.
Por Portal Novo Norte