A concessão de medalhas da Ordem do Mérito Naval a líderes do governo Lula no Congresso vem provocando um rebuliço entre militares da ativa e da reserva e causando ruído na tropa no momento em que a cúpula do Planalto tenta uma acomodação com as Forças Armadas após os ataques do 8 de janeiro
Uma agitação foi gerada entre os militares da ativa e da reserva, além de provocar discordância na tropa, devido à concessão das medalhas da Ordem do Mérito Naval a líderes do governo Lula no Congresso. Isso ocorreu exatamente no momento em que uma acomodação entre a cúpula do Planalto e as Forças Armadas estava sendo buscada após os ataques ocorridos em 8 de janeiro.No Clube Naval de Brasília, no dia 12 de julho, a honraria foi conferida ao deputado José Guimarães (PT-CE) e ao senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), juntamente com outros parlamentares da base e independentes.
A insígnia, conferida no grau de Grande-Oficial, equivalente ao posto de vice-almirantes da Marinha em cerimônias militares, foi entregue a eles. A cerimônia de entrega contou com a presença de Lula, a primeira-dama Janja e o comandante da Marinha, Marcos Olsen. Além disso, na mesma ocasião, a medalha foi concedida a 92 militares da Força e a 12 ministros do governo Lula, incluindo Kassio Nunes Marques, ministro do STF indicado por Jair Bolsonaro.No entanto, a homenagem a Guimarães e Randolfe gerou críticas entre os críticos do governo Lula nas redes sociais e em portais ligados aos militares.
No caso de Guimarães, líder do governo na Câmara, recordaram o incidente de 2005, quando um assessor dele foi detido no Aeroporto de Congonhas com dinheiro escondido. No tocante a Randolfe, sua participação na CPI da Covid e o requerimento que a originou foram lembrados como pontos de discordância. Essas críticas contribuíram para reforçar as insatisfações da ala que vê a “subserviência” ao governo Lula no comando das Forças Armadas, segundo fontes do meio militar.