Generais de alto escalão do Exército veem com preocupação a coincidência de datas das operações da Polícia Federal que atingiram membros das Forças Armadas com dias de festividades importantes para o Exército
As investigações em curso contra militares brasileiros aprofundaram o já existente mal-estar entre as Forças Armadas e a Polícia Federal. Essas instituições já haviam protagonizado episódios de desconfiança mútua desde a transição de governo. Generais de alto escalão do Exército veem com preocupação a coincidência de datas das operações da Polícia Federal que atingiram membros das Forças Armadas com dias de festividades importantes para o Exército. Eles suspeitam que essas ações estratégicas da PF visam ofuscá-los, afirmando que “todas as datas de destaque do Exército até agosto foram marcadas por operações da PF”.
Enquanto isso, os integrantes da Polícia Federal rejeitam veementemente qualquer insinuação de que as operações tenham motivações além do estrito cumprimento de decisões baseadas em achados de investigações. Para eles, as suspeitas dos militares não passam de teorias da conspiração. O cenário de desconfiança entre militares e PF preocupa governistas, e o ministro da Defesa, José Múcio, juntamente com os militares, tem atuado para amenizar essa tensão institucional. Isso inclui contatos frequentes com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, com o objetivo de melhorar a relação entre as instituições.
A falta de confiança entre as Forças Armadas e a Polícia Federal também se manifestou em eventos importantes, como prisões de militares em datas estratégicas e operações coincidentes com anúncios do governo. No entanto, tanto militares quanto policiais federais insistem que o foco das investigações não é mirar especificamente os militares, mas sim apurar irregularidades de forma imparcial, independentemente da afiliação das pessoas envolvidas. O clima de tensão entre essas instituições teve início na transição de governo, e desde então, questões de segurança e coordenação têm sido pontos de conflito.