A tendência à flexibilização do momento está levando muitas pessoas ao relaxamento do isolamento social. Agora a recomendação médica é prosseguir protegendo a vida, procurando continuar firme em quarentena
Neste momento em que há um clima de saturação do confinamento, após quase quatro meses de afastamento social, médicos da cidade vêm demonstrar a sua preocupação com uma possível aglomeração e o risco de contaminação em massa de Covid-19. Os profissionais da Medicina utilizam as redes sociais para colocar os seus sentimentos de preocupação, quanto a desobediência por parte da população das medidas protetivas de contaminação do vírus. Eles afirmam que a tendência à flexibilização do momento está levando muitas pessoas ao relaxamento do isolamento social. Mas alertam que agora a recomendação é prosseguir protegendo a vida, procurando continuar firme em quarentena.
O médico Pneumologista, Dr. Gleison Guimarães, ressaltou que essa pandemia possivelmente é a mais grave da história recente da humanidade, mas a sua extensão depende do comportamento das pessoas, obedecendo com rigor as regras de proteção. “Ainda não está na hora de andar na rua sem máscara. Fingir que nada está acontecendo como a maioria, é perigoso”, declara o médico, insistindo que a pandemia não acabou e não vai acabar tão cedo.
Dr, Gleison reconhece que a população anda bastante cansada com tudo que vem sendo feito desde meados de março. “Teoricamente entramos no distanciamento nessas medidas que indiscutivelmente foram muito importantes para a cidade e região, principalmente em Macaé, onde a decisão ocorreu na segunda quinzena de março e que fez a grande diferença para que nós não tivéssemos em nenhum momento da pandemia uma taxa de ocupação hospitalar maior”, afirmou o médico acrescentando que essa taxa chegou a 65% de ocupação, mas não avançou e isso indiscutivelmente manteve os ânimos de todos os profissionais de saúde com todos os cuidadores de saúde. “Então indiscutivelmente o distanciamento social foi aplicado de forma adequada pelo gestor público municipal e isso fez total diferença no atendimento”, disse.
O médico esclarece que é muito importante entender que em vários países, estados, cidades e regiões que interromperam o isolamento social, enquanto ainda tinha transmissão ativa e sustentada, ocorreram secundárias transmissões, existe um perigo claro da onda, o que temos visto acontecer em vários lugares do mundo; “Então é necessário sim prosseguir o isolamento, mas é claro que nesse contingente de abrir algumas estruturas progressivamente do ponto de vista muito organizado para que as pessoas comecem a circular, mas de máscaras”, pontuou.
O que é importante dizer é que essa semana a Organização Mundial da Saúde (OMS) discute que esse vírus também pode ser transmitido por aerosol. Antes o vírus só era transmitido por gotículas, mas agora, dependendo do ambiente em que o vírus esteja inserido, esse vírus pode perdurar um pouco mais de tempo, sem ausência de luz solar nessas superfícies. “A questão toda é que como temos essa insegurança, nos perguntamos se está certo não usar máscaras, o que indiscutivelmente devemos usar, mas também precisamos, falando do ponto econômico social da pandemia, que foi a mais grave dos últimos tempos e que tenha existido até hoje, onde o caos na saúde em diversas regiões acontecerá mas o caos econômico e social está acontecendo e que talvez soframos bastante ainda, o que é uma conotação de gravidade que assusta”.
Segundo o médico, muita gente tem perdido os seus negócios e perdido os seus empregos, muitos desenvolvendo doenças psíquicas, síndromes pós-traumáticas, ansiedade, muitos recebem o diagnóstico da COVID-19 como uma sentença de morte, então de certa forma precisamos desmistificar essas questões para que tenhamos mais coragem. “Para conseguir essa coragem numa pandemia onde 5% da população pode ficar mais grave crítica e a mortalidade ainda é razoavelmente alta, embora não seja de 90%, como no início, mas ainda é considerada alta, é preciso mais ponderação do que tenho visto, então o que tem me assustado é sair para as ruas e encontrar um grande percentual da população totalmente desprotegida”, conclui.
Desde o início da pandemia, que a Prefeitura de Macaé editou diversos decretos em concordância com a Organização Mundial de Saúde, que tem apontado o isolamento social como um dos caminhos para a redução da velocidade de circulação do vírus. A queda do número de casos e óbitos decorrentes dessa pandemia só poderá ser alcançada com adoção em massa de medidas fundamentais que incluem higienização das mãos, uso do álcool em gel, etiqueta respiratória, limpeza de superfícies, evitar aglomerações e distanciamento social. Portanto, a Organização Mundial de Saúde tem apontado que o caminho para a redução da velocidade de circulação do vírus, o controle e queda do número de casos e óbitos decorrentes dessa pandemia só poderá ser alcançado com adoção em massa de medidas fundamentais que incluem higienização das mãos, uso do álcool em gel, etiqueta respiratória, limpeza de superfícies, evitar aglomerações e distanciamento social.