A tendência à flexibilização do momento não significa que a pandemia passou e nem que a vida já voltou ao normal. Agora a recomendação médica é prosseguir protegendo a vida, procurando continuar firme em quarentena
Logo que o alarme soou com as primeiras vítimas de contaminação por coronavírus, a ordem foi se proteger em casa. O Brasil se fechou no isolamento social. Os números de óbitos e contaminados aumentaram, e o medo gerou precauções e cuidados. A higienização passou a ser prioridade; e álcool em gel, artigo de primeira necessidade.
Mas com o passar do tempo, o confinamento começa a saturar. Após quase quatro meses de afastamento social, as pessoas começam a relaxar. Entretanto, a tendência à flexibilização do momento não significa que a pandemia passou e nem que a vida já voltou ao normal. Agora a recomendação médica é prosseguir protegendo a vida, procurando continuar firme em quarentena, quem pode.
E é exatamente neste momento, que médicos da UTI entram em ação para demonstrar sua preocupação e alertar sobre os estragos que a nova pandemia causam para a saúde do ser humano e o drama dos que se submetem ao tratamento. Na verdade, profissionais da Medicina fazem um apelo cordial ao senso comum das pessoas para que não se permitam se contaminar.
O Dr Joel Tavares Passos, Presidente da Sociedade de Terapia Intensiva do Estado do Rio de Janeiro, Especialista em CTI pela Sociedade de Terapia Intensiva Brasileira e Coordenador Médico dos CTI s do hospital Unimed Costa do Sol, vem a público deixar as suas recomendações, alertando que o momento é para continuar em confinamento.
“Em tempos de pandemia e depois de um certo tempo de isolamento social, as pessoas que não estão lidando diretamente com a doença, que não têm ninguém próximo que também esteja doente e só vê essa doença pela mídia, fica como se fosse algo imaginário, uma história, um filme, uma coisa irreal. Embora os filmes assustem, quando saímos do cinema, voltamos para vida real. Então depois de meses na expectativa de acontecer algo com si mesmo ou com a sua família e, nada acontece, o indivíduo passa a ficar mais confiante de que possui poderes capazes de vencer essa coisa que todos acham ser tão terrível, onde a própria índole do ser humano faz com que ache que pode tudo e que é superior à doença”, declarou o médico, acrescentando que o fato da pessoa não estar em contato direto com a doença ou próximo de quem sofreu perdas reais, as levam para um imaginário de que querem acabar logo com essa situação e voltar para a vida normal.
“É uma sensação de impunidade, quando a pessoa não vê ao seu redor nada tão dramático acontecendo assim como nas notícias. Mas para quem está dentro, vivenciando diuturnamente os sofrimentos alheios, vemos realmente que o vírus apesar de não ter uma letalidade tão alta para quem o tem, ele é tão contagioso que pega tanta gente e acaba aumentando essa letalidade proporcionalmente. O melhor é se proteger, e o melhor ainda é não ter. E para não ter, essa proteção consiste principalmente em lavar as mãos e usar as máscaras sobretudo, com a intenção de não sofrer respingos dos que possam estar contaminados. O problema é que a partir de um certo tempo, todo mundo passa a ser suspeito e, com isso, o certo é lavar as mãos sempre e evitar ficar próximo e, quando estiver próximo, estar usando a máscara. De resto, se alimentar de forma adequada, beber bastante líquido e se exercitar, fazer de tudo para melhorar a sua proteção, no ponto de vista biológico”, aconselhou Dr. Joel.
Outros médicos da cidade também emitiram seu parecer, no sentido que de mostrar que infectar-se com o coronavírus não é um resfriado comum. “Existem febres altas, dores de garganta e aperto no peito a tal ponto que parece que a vida está indo embora e o pior está lá. É necessária ressuscitação. Fala-se de ventilação, mas não é uma máscara de oxigênio colocada na boca e no nariz, enquanto você se diverte pensando em sua vida, não! A ventilação invasiva para o COVID-19 é a entubação que é feita sob anestesia geral e que consiste em permanecer por pelo menos 2 a 3 semanas sem se mover, geralmente de bruços (posição prona) com um tubo na boca até a traqueia, o que permite respirar no ritmo da máquina à qual está conectada. O paciente não pode falar, comer ou fazer qualquer coisa naturalmente porque o desconforto e a dor que se sente exige a administração de sedativos e analgésicos para garantir a tolerância ao tubo”, diz o documento.
E prossegue: “Durante o tempo em que o paciente precisar que a máquina respire, ele estará em coma induzido, ou seja, em coma artificial. Em 20 dias com este tratamento, um paciente jovem terá uma perda de massa muscular de 40% e a reeducação subsequente será de 6 a 12 meses, associada a trauma grave na boca ou nas cordas vocais. É por esse motivo que os idosos ou pessoas frágeis em sua saúde não perduram. Se você leu esta mensagem até agora, agradeceríamos se você a compartilhasse para que todos possam levar isso a sério, agora que ela está saindo novamente. Siga as instruções e lembre-se de que você precisa ser levado muito mais a sério. Esta pandemia termina quando a vacina for encontrada, NÃO ANTES”, consta do parecer dos médicos.