Um material radioativo furtado no último dia 30 de junho foi encontrado na manhã desta segunda-feira (8) em um ferro-velho na região de Itaquera, zona leste de São Paulo. A peça de Gêrmanio-68 foi localizada intacta e sem risco de contaminação, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
A CNEN informou a descoberta através de uma nota nas redes sociais, destacando que o material, utilizado em equipamentos médicos, estava protegido e não houve rompimento ou dispersão. A Polícia Militar já havia apreendido todas as blindagens dos materiais no domingo (7), durante uma operação que resultou na prisão de três suspeitos por receptação e posse de material nuclear.
Cinco materiais radioativos haviam sido furtados, sendo que quatro deles, de Molibidênio-99, já estavam exauridos e não representavam perigo. Com a recuperação do Gêrmanio-68, a CNEN encerrou a investigação sob sua competência, assegurando que não há mais riscos para a população.
Caso Césio 137 em Goiânia
Em setembro de 1987 aconteceu o acidente com o Césio-137 (137Cs) em Goiânia, capital do Estado de Goiás, Brasil. O manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, gerou um acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas. A fonte, com radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci) continha cloreto de césio, composto químico de alta solubilidade. O 137Cs, isótopo radioativo artificial do Césio tem comportamento, no ambiente, semelhante ao do potássio e outros metais alcalinos, podendo ser concentrado em animais e plantas. Sua meia-vida física é de cerca de 33 anos.
Com a violação do equipamento, foram espalhados no meio ambiente vários fragmentos de 137Cs, na forma de pó azul brilhante, provocando a contaminação de diversos locais, especificamente naqueles onde houve manipulação do material e para onde foram levadas as várias partes do aparelho de radioterapia. Por conter chumbo, material de relativo valor financeiro, a fonte foi vendida para um depósito de ferro-velho, cujo dono a repassou a outros dois depósitos, além de distribuir os fragmentos do material radioativo a parentes e amigos que por sua vez os levaram para suas casas.