Mulher linda sob todos os ângulos, Marilena é pura emoção, vibrante e cheia de vida, com o coração batendo forte pelo amor e toda dedicada à família e amigos.

Neste tempo em que se comemora a passagem do Dia Internacional da Mulher, ninguém melhor para representar a mulher macaense do que Marilena Garcia, a linda guerreira que celebra os seus expressivos 75 anos de idade

Ninguém melhor para representar a mulher macaense, nesta passagem do Dia Internacional da Mulher (dia 8 de março), do que Marilena Garcia, uma verdadeira guerreira, idealista, brava defensora da justiça social, em especial dos Direitos das Mulheres, e grande realizadora política. E neste momento, ela está às vésperas de completar 75 anos de vida bonita, no próximo dia 15 de março, mas festeja a data no dia 21, nas dependências da Escola Sentrinho, junto de amigos e da família.

Mulher linda sob todos os ângulos, Marilena é pura emoção, vibrante e cheia de vida, com o coração batendo forte pelo amor e toda dedicada à família e amigos. Foi a primeira mulher eleita para o Legislativo Macaense na década de 80, líder sindical durante a ditadura militar, ex-vice-prefeita do município, tendo cumprido quatro mandatos eletivos e somando 18 anos de vida pública.

“Não adianta ser mulher se não tiver consciência do nosso papel na sociedade”, declara Marilena Garcia, anunciando que a sua última novidade é o livro coordenado por ela, intitulado “Macaé: Memórias Recentes”, que será lançado no próximo dia 30 de março.
“Rompi e superei um modelo cultural familiar autoritário e conservador, criei sozinha os meus filhos baseada em critérios éticos e amorosos, casei e descasei quantas vezes decidi. Fui sindicalista durante a ditadura militar, conquistei através de eleições quatro mandatos eletivos defendendo as bandeiras da esquerda feminista, mas conservando a minha feminilidade. Vivi e participei das transformações históricas de Macaé. Muitos dos meus amigos são os mesmos há décadas. Aprendi muito nas salas de aula com meus alunos e colegas. Superei dois cânceres de mama conservando meu otimismo. Paguei um preço por esse histórico. Às vezes alto. Assim é a vida. Sofri e me fortaleci em cada um desses momentos”, declara Marilena.

Marilena família

Bem nascida e bem criada em Macaé, Marilena é filha de Carlos Tinoco Garcia, funcionário do Banco do Brasil, e Magda Garcia, comerciante e estilista. Seu avô, José Garcia, espírita kardecista, foi quem construiu o Lar de Maria e fez a doação do terreno para a instituição. Sua avó, Carolina Garcia, foi a primeira professora pública de Macaé.

Marilena tem dois irmãos, Paulo César e Margareth (in memorian). Casou-se aos 19 anos com Antônio Carlos Assis, mineiro, com quem teve três filhos: Guto, Mônica e Susana. E depois, veio a filha do coração, Margarida. “Foram eles que me mostraram a luz quando o túnel da vida estava muito escuro”, disse.

Marilena ganhou seis netos: Ana Carolina, Lucas, Luisa, Gabriela, Júlia e Sofia. “Eles são meus desafios, pois através do esforço que faço para conhecê-los mais, tenho me redescoberto na minha amorosidade”, afirma ela ressaltando o seu genro e ator, Herson Capri, em quem tem um amigo e companheiro de discussões políticas. Depois de divorciada, criou sozinha os seus filhos, que são as prioridades na sua vida. “Tive mais três companheiros e com todos vivi alegrias e problemas, como são as relações humanas no seu cotidiano”, conta ela.

Marilena política

A política é sua grande paixão. Desde pequena saltava aos olhos de todos o seu desejo de colaborar nas mudanças para melhor. “O que me move é o sonho, a paixão, a utopia. Durante a ditadura militar, como sindicalista, tínhamos a certeza de que transformaríamos o mundo. E realmente transformamos: a ditadura caiu. Sempre fui da ação”, lembrou Marilena.
E grandes realizações marcaram a trajetória política de Marilena Garcia: a Campanha pelos Royalties do Petróleo, a Escola Técnica Federal, a criação do CETEP, as Casas das Mulheres Chefes de Família, a Câmara Juvenil, a criação do Arquivo do Legislativo, o PRODESMAR – Programa de Desenvolvimento de Macaé e Região, e tantos outras.

Ela conta que a sua formação política se deu em Cuba, através da FEDIM – Federação Democrática de Mulheres, ela estudou técnicas de planejamento de Mobilização Popular, na Universidade de Havana. Ela destaca ainda a experiência adquirida na Amazônia, com as Mulheres Seringueiras, com quem aprendeu na prática a capacidade de superação das dificuldades do dia a dia. Com a visão aberta e questionadora do mundo, Marilena participou também do Congresso Mundial de Mulheres, na China, onde a convivência com mulheres de 165 países alargou seus horizontes. Estudou a filosofia marxista.

Assim Marilena entrou para a história de Macaé, como a primeira mulher eleita para o Legislativo Macaense na década de 80, como líder sindical durante a ditadura militar, ex-vice-prefeita, tendo cumprido quatro mandatos eletivos somando 18 anos de vida pública. Como vice-prefeita, assumiu interinamente a prefeitura em seis ocasiões e foi também Secretária Municipal de Educação, iniciando o processo de democratização da educação na cidade. É aposentada como professora do estado.

Marilena guerreira

Durante toda a sua vida, as questões que envolvem a mulher foram alvo de suas atenções e batalhas que enfrentou com bravura. “Nunca aceitei o papel do feminino que era imposto à minha geração. Quando assumi o primeiro mandato no Legislativo, em 1982, transformei as minhas inquietações em ações. Daí a criação dos Conselhos (da Mulher e o de Combate à Violência), da Delegacia de Mulheres, das Casas de Mulheres Chefes de Família, as Mulheres da Paz, dentre outras”, lembra Marilena Garcia, informando ainda que lutou muito neste contexto político, espaço masculino que detém o poder dos homens. Segundo Marilena, as situações eram complexas e variadas, mas as conquistas foram inúmeras. “Mas a luta continua”, afirma.

Marilena educadora

Acumulou o mandato de vice-prefeita e o cargo de Secretária de Educação. Como secretária, brigava feito uma leoa. “Criamos um sistema integrado de Educação: fundamental, médio e superior. Definimos o eixo principal da FUNEMAC, que foi estruturar, através de cursos, as demandas do serviço público de Macaé. Daí as dezenas de cursos de graduação, extensão e pós. Também fomos buscar os idealistas e sonhadores para criar o CETEP, o CAP- Colégio de Aplicação, a Escola de Idiomas, os Mutirões Escolares e o Centro Filosófico Claudio Ulpiano”, conta Marilena.

Unamama

Após enfrentar quatro cânceres e derrotar todos eles, Marilena Garcia criou a União Nacional Solidária no Combate ao Câncer de Mama (Unamama), em 2002, no sentido de apoiar e acolher outras mulheres que contraíram a doença, reunindo grupo de pacientes do câncer de mama, seus familiares e voluntários. Seu primeiro movimento foi a realização de Seminários por todo o Brasil.

Por outro lado, Marilena Garcia acumulou experiências como voluntária no Instituto Nacional do Câncer (Inca), onde também coordenou o programa Viva Mulher e, no Ministério da Saúde, em Brasília, na área de Saúde da Mulher.