Servidores e pacientes correm risco de graves acidentes e convivem com condições precárias e insalubres nas unidades
Na mesma semana em que o Governo de Macaé anuncia a entrega de um grande Centro de Especialidades, o vereador Marcel Silvano (PT) apresenta diversas denúncias sobre as condições das unidades que prestam serviços de saúde básica no município. Na Ajuda, Planalto da Ajuda e Fronteira, a realidade é assustadora mediante os riscos a que são submetidos os servidores e famílias assistidas.
Na Unidade de Saúde Básica (UBS) da Ajuda de Baixo, inaugurada em 2014, com atendimento a 1200 famílias do bairro, fora as que residem na Ajuda de Cima, Bosque Azul e Piracema, o parlamentar destaca que é lamentável a situação em que ela se encontra. A tampa da fossa quebrada, pondo em risco de acidentes as crianças que vão para o atendimento na pediatria; a água da chuva que escorre do telhado e desce do quintal elevado invade a parte interna de toda unidade; dos sete aparelhos de ar condicionado, nenhum funciona devido a falta de manutenção; o portão da unidade põe em risco a vida de quem entra na unidade, devido ao peso e estar quebrado.
“Apesar da Secretaria de Saúde ter sido comunicada e receber pedidos de soluções para esses problemas, a resposta que os funcionários recebem é de que não há um setor responsável de manutenção voltado para essas unidades, segundo informou os funcionários”, disse Marcel.
Já no posto de Estratégia da Família da Fronteira, que é dividido em duas unidades: Fronteira A, com 4.700 referenciados e Fronteira B, com 5 mil, a situação é semelhante e mais grave ainda, segundo disse o parlamentar.
“Fiquei surpreso com as condições a que são submetidos os trabalhadores e usuários. O teto de uma das salas de atendimento desabou na última chuva, a infiltração é vista em todos os espaços e o potencial de atendimento dessa unidade está reduzido em 50% porque equipamentos ficam nessa sala interditada pela Defesa Civil”, conta Marcel.
Ao lado da sala interditada há outra onde o teto apresenta danos por conta da última chuva e os trabalhadores temem que ele desabe também. E nessa mesma unidade, não foi feita a dedetização e ratos às vezes circulam pelo ambiente. Também há recorrência da falta de insumos, material de limpeza e de higiene. Entre outras queixas está a falta de iluminação na parte externa do posto e insuficiência de agentes comunitários de saúde para atender a demanda.
Outra unidade visitada pelo vereador foi a localizada no Planalto da Ajuda, inaugurada há 19 anos e sem qualquer melhoria ou ampliação da sua estrutura de lá para cá. Atualmente atende quatro mil usuários e apresenta inúmeras deficiências estruturais para garantir um bom atendimento. Entre os problemas relatados, está o mau cheiro de esgoto e problemas quando chove, pois há vazamentos por toda unidade. Ainda assim, os funcionários se esforçam para fazer o melhor e garantir o bom atendimento. A vacinação, por exemplo, só pode ser realizada no período da manhã, devido ao calor.
Todas as unidades apresentaram queixas em comum, como a dificuldade para identificar e contatar responsáveis para que reparos e manutenções sejam feitas. Os funcionários também não recebem uniformes e crachás de identificação, um complicador para que possam atuar nas áreas de atuação.
“A gente espera que a Secretaria de Saúde, prefeito ou responsável pela atenção básica dê respostas, faça as manutenções e não permita que o povo seja submetido a condições como essas. Vamos continuar cobrando e visitando todas as unidades. Na próxima semana daremos entrada nos pedidos de melhorias, respostas e iremos protocolar na Câmara”, informou Marcel Silvano.