A PF, em relatório ao STF, ressalta os prejuízos financeiros e riscos à população decorrentes da empreitada
A Polícia Federal, em sua operação Benesse, investiga convênios da Codevasf pagos com emendas parlamentares, colocando o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), no centro de um escândalo. A investigação aponta que emendas de 10 milhões de reais, indicadas por Juscelino durante seu mandato como deputado federal, foram utilizadas em projetos que beneficiaram diretamente sua propriedade rural, a Fazenda Alegria. Apesar das alegações, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, recusou o pedido da PF para buscar e apreender no local.
Um dos convênios investigados financiou a recuperação de uma estrada de terra que conecta Vitorino Freire (MA) à fazenda do ministro, localizada no povoado de Estirão. A obra, orçada em 2,56 milhões de reais entre 2017 e 2019, foi executada pela Arco Construções, empresa da qual Juscelino é suspeito de ser sócio oculto. Além disso, a PF encontrou mensagens entre o ministro e o empresário Eduardo DP, evidenciando solicitações de pagamento à empresa durante o período da obra.
Reportagens da Folha de S. Paulo revelam que, apesar das intervenções, a estrada apresentava condições precárias em 2021, indicando que a obra pode não ter sido concluída adequadamente. Fotos mostram trechos que deveriam ser asfaltados pela Construservice, a mesma estrada reparada pela Arco em 2019, ainda em estado deplorável. A PF, em relatório ao STF, ressalta os prejuízos financeiros e riscos à população decorrentes da empreitada. Enquanto isso, a defesa do ministro de Lula nega qualquer benefício pessoal obtido por Juscelino em sua atividade parlamentar.