Campanha de vacinação contra a poliomielite e o sarampo segue até o dia 31 em 30 unidades de saúde
A baixa taxa de cobertura vacinal contra a pólio e o sarampo em todo o país ainda preocupa o Ministério da Saúde. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram ainda que o Estado do Rio é um dos com o menor percentual.
Para se ter uma ideia, até o dia 14 apenas 19,6% do público-alvo, composto por crianças de um ano a menores de cinco, tinham sido imunizados contra a poliomielite (159.083 de 811.853). Já contra o sarampo o percentual é um pouco superior, 21,47% (174.274 de 811.853). Os dados atualizados devem ser divulgados nas próximas horas.
Em Macaé a expectativa é de vacinar cerca de 14 mil crianças. Até o momento, 54% (7.207 doses contra pólio e 7.130 contra o sarampo) foram imunizados. Durante o Dia D, realizado no último sábado (18), a secretária de Atenção Básica, Deusilane Galiza percorreu algumas unidades e informou que até o dia 31 a campanha será descentralizada.
“A vacinação estará disponível em todas as unidades de segunda a sexta-feira, exceto nos postos da Estratégia Saúde da Família Malvinas A e B, Botafogo e Ajuda C, e na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Barramares/Barreto”, explica ela ressaltando que a campanha segue de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, em 30 postos da cidade e da região serrana.
A gerente de Vigilância em Saúde, Daniela Bastos Silveira, destaca a importância dos pais e responsáveis levarem as crianças para vacinar. “O objetivo da campanha é manter elevada a cobertura vacinal e, independente da situação anterior da criança, é fundamental o comparecimento nas unidades para receber a imunização”, frisa.
Juliana Figueira, mãe de dois meninos, um de quatro anos e outro de um ano, destacou a importância de aproveitar o dia D para manter a imunização das crianças em dia. “Durante a semana é mais difícil por conta do trabalho, por isso, estava aguardando chegar o dia D, no sábado, para trazer meus filhos. A gente não pode descuidar da saúde das crianças e manter a caderneta de vacinação em dia é fundamental”, afirma.
A professora Silvia Casagrande chegou cedo para vacinar o filho Miguel, de quatro anos. “Sempre estou atenta ao calendário de vacinação e as campanhas. Neste momento é importante que os pais levem as crianças, pois além de proteger nossos filhos estaremos evitando que eles transmitam alguma doença que pode ser fatal”, pontuou.
Segundo Daniela Bastos, a imunização não é só para quem está com o calendário vacinal atrasado, mas como um reforço para quem já tomou. No caso da vacina contra o sarampo, a tríplice viral que é aplicada protege ainda contra rubéola e caxumba.
A mobilização é necessária devido a queda nas taxas de cobertura no país. Se há menos de uma década o Brasil era considerado referência, chegando a ganhar certificados internacionais por conta do sucesso das suas campanhas de vacinação, fator que contribuiu com a erradicação de algumas doenças perigosas, hoje vive um retrocesso.
Para se ter ideia, o MS ressalta que das 10 vacinas previstas para crianças de até 15 meses de vida, apenas uma alcançou a meta em 2017: a BCG. No caso do sarampo, a imunização caiu de 96,1%, em 2015, para 83,9% no ano passado.
O mapeamento feito pelo órgão revela também que 312 municípios tiveram dificuldades de avançar na proteção contra a poliomielite, pelo contrário, não atingiu nem 50% do seu público-alvo. Em 2015, 98,2% haviam sido imunizados. Dois anos depois, essa taxa caiu para 77%.