O Governo Lula está investindo R$ 3 milhões para a montagem e organização do desfile do 7 de Setembro, com o objetivo de desvincular o feriado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse valor representa mais que o dobro do gasto realizado por Bolsonaro (PL) em seu primeiro ano de mandato. A empresa vencedora da licitação, que já havia organizado o desfile em 2019, receberá R$ 1,8 milhão a mais do que naquela ocasião. Não é possível comparar os gastos deste ano com os eventos dos anos anteriores, devido à falta de disponibilidade dos contratos. Em 2020, não houve desfile devido à pandemia do covid-19.
Neste ano, a empresa M.M Faleiros Montagens e Eventos receberá R$ 3,1 milhões pela organização do feriado de 7 de Setembro. Em 2019, a licitante venceu o pregão organizado pelo governo por R$ 971.500 mil, que, corrigidos pelo índice IPCA, equivalem a R$ 1,2 milhão atualmente.
Além do pagamento pela estrutura, a cifra total gasta também incluirá outros repasses, uma vez que o evento envolve o Ministério da Defesa, que costuma repassar milhões de reais a seus soldados em diárias. No 7 de Setembro do ano passado, a Defesa gastou R$ 8,4 milhões. O governo de Bolsonaro havia intensificado o evento, o que levou a investigações de abuso de poder pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No entanto, neste ano, o presidente Lula busca ressignificar a data, transformando o 7 de Setembro em um “ato de resgate das cores da bandeira e dos símbolos patrióticos”, que estavam associados a Bolsonaro e seus apoiadores. Dentre as mudanças planejadas, destaca-se uma exposição em homenagem às Forças Armadas na área externa do Museu Nacional, bem como a oportunidade de Lula se aproximar dos militares e reduzir a tensão em meio às investigações da Polícia Federal sobre oficiais envolvidos em atos do 8 de janeiro.