Reoneração estava prevista apenas para janeiro do ano que vem
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve antecipar a reoneração do diesel, que estava prevista para janeiro do ano que vem, para bancar o programa de estímulo à venda de carros novos. A proposta foi sugerida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O programa de desconto para carros de até R$ 120 mil deve ser anunciado oficialmente nesta segunda-feira (5). A previsão é que a volta da cobrança de impostos federais sobre o diesel seja feita em duas etapas: metade em setembro deste ano e a outra metade em janeiro de 2024.
O valor que será arrecadado com a reoneração, cerca de R$ 3 bilhões, vai compensar o pacote, que deve custar R$ 1,5 bilhão. O valor restante, R$ 1,5 bilhão, será utilizado para reduzir o rombo das contas públicas em 2013, atualmente previsto em R$ 136,2 bilhões.
Em vez de corte de PIS/Cofins, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), como era previsto no plano original do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), sob o comando do vice-presidente Geraldo Alckmin, o governo irá conceder créditos tributários aos fabricantes de veículos com a receita proveniente da desoneração.
O formato do desconto também vai mudar. Em vez da redução de 1,5% a 10,96% sobre o valor do carro mediante redução de impostos, serão oferecidos bônus de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Com a mudança, o valor do bônus será aplicado na Nota Fiscal ao consumidor e compensado depois pelas montadoras no recolhimento dos tributos.
A ideia é publicar uma Medida Provisória (MP), com validade de quatro meses, inicialmente para vendas apenas a pessoas físicas. Em prazo ainda a ser definido, as vendas seriam liberadas também para pessoas jurídicas, como locadoras e frotistas.
Atualmente, os dois modelos de carro mais baratos à venda, o Fiat Mobi e o Renault Kwid, custam R$ 68.990. Se o desconto tiver como base apenas o valor do bônus, os preços seriam reduzidos em R$ 8 mil, caso eles atendam as três exigências do governo. O chamado carro popular, portanto, custaria R$ 60.990.
A meta do governo era chegar ao valor limite de R$ 60 mil, que não será alcançado. Para isso ocorrer, as montadoras ou concessionários teriam de dar um desconto extra.
Por portal Novo Norte