O país vive numa situação lamentável nas últimas décadas. O assunto do mensalão e do petrolão não chega ao fim e as compras de casas e apartamentos pelo clã bolsonarista durante o atual governo, tornou-se a “bola da vez” da mídia. Somos do tempo em que se discutia nas campanhas eleitorais qual dos candidatos tinha o melhor programa para governar. Hoje, os dois escolhidos pelo eleitorado, querem porque querem demonstrar quem é o mais mentiroso. Então, no próximo dia 30-10, essa agonia de se ver o resultado terá um desfecho favorável ao ex-metalúrgico ou ao ex-capitão que, segundo eles próprios, o Brasil terá um Presidente loroteiro.
O que se sabe realmente é que qualquer um dos dois, quando eleito, será porque o outro não fez o que interessava a maioria dos votantes durante sua passada administração. Dois candidatos despreparados intelectualmente, com filhos enriquecidos durante seus governos, de formas diferentes e, pior, um escondendo seus amigos mais próximos e o outro fazendo o mesmo com o colega Fabrício Queiroz e suas ex-mulheres, além de desrespeitar profissionais de imprensa. Tudo pelo despreparo, destempero e falta de educação. As opções do eleitorado foram escassas no primeiro turno e o que ficou é essa baixaria sem fim.
O momento é tão cruel para a Nação que, desta feita, o eleitorado, por falta de nomes melhores, está procurando votar no menos pior, pois, cansados de aguardar um nome de consenso geral, está entre Lula e Bolsonaro. É o que tempos depois dessa pandemia com quase 700 mil brasileiros mortos sem qualquer piedade. Enfim, depois do mensalão, do petrolão e do covid pessimamente controlado desde o início, sobraram Luiz Inácio e Jair Messias para serem escolhidos. É dura a nossa realidade.
Fora tudo isso, o pessoal do Distrito Federal elegeu a Senhora Damares para ser uma senadora entre os 81 da República, aquela mesma que ficou conhecida porque disse ter encontrado “Jesus numa goiabeira”. E os fluminenses elegeram o General Pazuello com mais de 200 mil votos, mesmo sabedores do horror como Ministro da Saúde. Suas lorotas foram contadas dentro do contexto da campanha política de Bolsonaro. Um verdadeiro festival de fake News jamais visto. Aliás, nessa troca de ataques durante o debate da Band só foram vistos os assuntos covid e corrupção. Nada de plano de governo.
Nos tempos de hoje, os chamados profissionais da política mantêm por longos anos seus mandatos de parlamentares e cansados de tantas armações e visados pelas autoridades competentes, encaixam seus filhos, suas esposas e seus irmãos nos cargos e ficam, sutilmente, mantendo suas “maracutaias”. Só não se esperava essa atitude do ex-Juiz Sérgio Moro. Após todo o ocorrido durante o início do Governo Bolsonaro, Moro resolveu mudar seu comportamento e abraçar a campanha de reeleição do atual Presidente. Na avaliação de seus assessores, talvez não foi percebido ser essa uma atitude oportunista.
Cem anos atrás, diferentemente, Epitácio Pessoa, então Presidente do Supremo Tribunal Federal, ao se aposentar, elegeu-se Senador e logo concorreu à Presidência da República, derrotando o jurista Ruy Barbosa. Sérgio Moro, antes de chegar ao STF, já mostra o que poderá ser como julgador da Côrte após os desentendimentos que o levaram a sair deste Governo no qual fez denúncias gravíssimas, porém, agora, deseja sua continuação. Nada justifica essa decisão do ex-magistrado com quem conviveu lado a lado e a quem classificou de tomar atitudes desonestas. Já não se faz política e políticos como antigamente.
NOSSOS MAIORES PROBLEMAS NÃO ESTÃO NOS OBSTÁCULOS DO CAMINHO, MAS NA ESCOLHA DA DIREÇÃO ERRADA.
Por Celio Junger Vidaurre