Resíduos deixados nas areias e nas áreas de restinga pelas pessoas acabam se tornando ameaça para a fauna local. Orientação é para que a população faça o descarte de forma correta
Manter a praia limpa é um dever de todos os cidadãos, mas, infelizmente, na prática nem sempre é o que acontece. Mesmo com campanhas de conscientização, parte da população ainda tem deixado de fazer seu papel e o resultado é sempre o mesmo: muita sujeira.
Situações como essa podem ser presenciadas nas praias da cidade durante todo ano, mas é no verão que isso piora ainda mais. Mesmo com serviço de limpeza, é comum ver resíduos deixados pelas pessoas na areia e no meio da vegetação.
Recentemente, durante a virada do ano, o jornal O DEBATE fez alguns flagras na orla da cidade. No Cavaleiros, ponto que reuniu a maior quantidade de visitantes no Réveillon, a nossa equipe encontrou uma grande quantidade de lixo jogado na restinga e até mesmo na areia.
Apesar de parecer um gesto inofensivo, os resíduos deixados na areia acabam sendo levados para os oceanos através de correntes de vento e do mar, quando a maré fica alta. Um dos maiores riscos que esses resíduos podem causar é a morte de animais marinhos, que sofrem grandes consequências por ingerir sacolas plásticas e diversos outros materiais. O lixo se espalha rapidamente no mar, chegando a locais como ilhas desertas e recifes costeiros.
Vários estudos no mundo inteiro mostram a grande quantidade de lixo encontrado nos estômagos dos animais. Entre as espécies que mais sofrem estão as tartarugas, que confundem o plástico com algas. Muitas morrem sufocadas e acabam surgindo na costa, casos que já foram encontrados em Macaé nos últimos anos. Mas além dela, outras espécies de animais também ficam ameaçadas, caso dos golfinhos e das baleias.
Para nós, o tempo de utilização dos resíduos muitas vezes são de minutos, porém, quando se trata de decomposição, esse tempo é significativamente muito maior. O tempo de decomposição no mar é diferente do tempo no solo, devido a diversos fatores. Um plástico, por exemplo, leva mais de 100 anos para se desfazer nos oceanos. Já o papel leva em torno de três a seis meses, o pano de seis meses a 1 ano, a ponta de cigarro e o chiclete em média de 5 anos, o nylon mais de 3 anos, o metal mais de 100 anos, o vidro cerca de 1 milhão de anos e a borracha dura tempo indeterminado.
Isso nos leva a refletir que o simples ato de recolher o próprio resíduo na praia, nas cachoeiras e rios pode parecer algo simples, porém tem um grande impacto positivo quando se trata da preservação ambiental.
“Sempre que venho à praia trago uma sacola para colocar os resíduos. Quando vou embora, levo e jogo na lixeira mais próxima ou até levo para casa e lá descarto. É uma questão de cidadania e cuidado com o meio ambiente porque, além dos danos que isso pode causar, ninguém gosta de ir para uma praia suja. Se cada um fizer a sua parte, teremos sempre a praia limpa”, diz a estudante Ana Clara, moradora do Bairro da Glória.
Além dos animais, a restinga é uma das que mais sofrem esses impactos. É comum encontrar lixo nela. A situação piora ainda mais por conta de pessoas que pisam na vegetação. Para manter a praia limpa, o ecossistema preservado, sempre recolha os seus resíduos e deposite na lixeira mais próxima.