Na frente da Comarca, amigos e familiares vestiam camisa com foto da vítima pedindo justiça contra o réu
Depois de um ano e dois meses de dor, o sofrimento e a angústia da família da jovem servidora municipal, Dandara Ramos, de 21 anos, assassinada com dois tiros em uma mata fechada de difícil acesso, localizada na Estrada de Macabuzinho, em Conceição de Macabu, parece chegar ao fim. No início da tarde de terça-feira (13), amigos e parentes de Dandara aguardavam ansiosos pelo julgamento, que teve duas horas de atraso. Guardas Municipais também acompanharam o caso. Muitos vestiam uma camisa estampada pedindo justiça e com uma foto da vítima.
Dandara foi encontrada morta no dia 16 de setembro de 2017, e o companheiro a qual ela tinha envolvimento amoroso, confessou o crime após ser interrogado duas vezes na delegacia da cidade.
Gabriel Barros Rangel, de 26 anos, é acusado de ter matado a agente de endemias, que segundo a polícia, o principal motivo do crime seria a suspeita da gravidez da jovem. O caso obteve ampla repercussão no município e em regiões adjacentes, e agora o futuro do suspeito pode ser decidido.
Gabriel se encontra preso na Casa de Custódia, em Itaperuna, e chegou em uma viatura da Polícia Civil. A movimentação no local foi intensa na tarde de terça-feira (13). O júri popular foi formado por sete pessoas. Ao todo, foram 10 testemunhas, 5 de acusação e 5 da defesa. A família de Gabriel compareceu ao julgamento, mas ninguém quis comentar sobre o assunto. O advogado de defesa informou apenas que acompanha os autos para tomar as medidas cabíveis.
Segundo Natália Braga, prima da vítima, o réu, na maioria das vezes, manteve-se frio, sem reações e só se emocionou durante o depoimento. A defesa de Gabriel tentou provar a inocência, mas a acusação alegou que a vítima não tinha estrutura física para se defender.
Durante o julgamento, amigos e parentes de Dandara se manifestaram com o depoimento de uma das testemunhas da defesa.
A equipe de reportagem do Jornal O DEBATE conseguiu conversar com uma amiga de Dandara, que explicou que ela morava apenas com a família, e que ninguém sabe o motivo pelo qual Dandara foi morta de uma maneira tão violenta.
“Não faço a menor ideia do porquê tirar a vida de Dandara. Ela sempre foi uma pessoa muito tranquila, amada e querida por todos nós”, falou.
O possível motivo que teria levado o Gabriel a matar Dandara seria uma possível gravidez, onde o exame do IML afirmou que a vítima não estava grávida.
Por volta das 17h, o juiz interrompeu o julgamento para o almoço, com retorno programado para as 18h.
No início da noite, o plenário continuava lotado, com muitas pessoas acompanhando em pé o julgamento. A audiência reiniciou por volta das 18h e teve debate de aproximadamente quatro horas. Até o fechamento desta edição, o julgamento ainda não havia terminado.