O episódio é analisado por Sabino sob a lente crítica: poderia ser considerado um ato de terrorismo?
Em um artigo publicado no portal Metrópoles, o jornalista Mario Sabino desafia interpretações simplistas e alarmistas sobre os atos de 8 de janeiro. Sabino argumenta que, apesar das narrativas da esquerda, não existiu um plano estruturado para um golpe de Estado na data mencionada. O que se viu, segundo ele, foi uma explosão desorganizada de violência por parte de um grupo minoritário, em um cenário político já tenso e uma Praça dos Três Poderes surpreendentemente desguarnecida.
O episódio é analisado por Sabino sob a lente crítica: poderia ser considerado um ato de terrorismo? Embora ele admita essa possibilidade, destaca que muitos dos envolvidos pareciam agir sem uma compreensão plena das consequências de seus atos. Enquanto a seriedade do incidente e a inclinação pró-golpe dos manifestantes são inegáveis, Sabino enfatiza que a verdadeira ameaça à democracia brasileira foi, na realidade, bastante limitada.
Sabino também aborda a falha na teoria de uma “conspiração golpista bem orquestrada”, citando a ausência de Bolsonaro do país e a falta de mobilização significativa entre líderes políticos e militares. Ele ressalta que, apesar de existirem simpatias individuais à ideia de um golpe dentro das Forças Armadas, como ilustrado pelo caso do comandante da Marinha, Almir Garnier, não houve um endosso coletivo a tal iniciativa. As declarações de figuras militares de alto escalão, incluindo o general Marco Antônio Freire Gomes, corroboram essa interpretação.
Além disso, a ausência de uma liderança forte e unificada entre os revoltosos é um ponto central na análise de Sabino. Ele cita as palavras de José Múcio Monteiro, Ministro da Defesa nomeado por Lula, que compara a situação a um jogador indisciplinado em um time de futebol: ações individuais e descoordenadas que não traduzem uma ameaça concreta à ordem democrática.
O jornalista discute o papel das Forças Armadas e do STF em relação aos acampamentos bolsonaristas. A hesitação do STF em ordenar a remoção dos acampamentos e a cautela das Forças Armadas em intervir refletem as tensões do período. No entanto, para Sabino, a verdadeira demonstração de resistência democrática veio do povo brasileiro. Pesquisas apontam uma rejeição maciça à violência de 8 de janeiro, tanto entre os apoiadores de Bolsonaro quanto de Lula, reafirmando o compromisso da nação com os princípios democráticos.