As evidências foram encontradas durante a Operação Sumidouro, que tinha como alvo uma rede de tráfico de drogas operando através das galerias pluviais da cidade
O Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), descobriu provas contundentes no celular de Claudemir Antonio Bernardino da Silva, conhecido como Guinho, que evidenciam o controle exercido pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) sobre o sistema de transporte público de Campinas, a terceira maior cidade do Estado de São Paulo. As evidências foram encontradas durante a Operação Sumidouro, que tinha como alvo uma rede de tráfico de drogas operando através das galerias pluviais da cidade.
Guinho, sobrinho de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, líder do PCC, foi condenado a 21 anos de prisão por tráfico de drogas. As investigações revelaram que a quadrilha liderada por Guinho utilizava casas em condomínios fechados na região de Campinas como depósitos de drogas e armas, com apreensões significativas realizadas pelos promotores, incluindo mais de R$ 300 mil em dinheiro. A operação desvendou também o envolvimento do grupo com o transporte público clandestino, dominado pelo PCC por meio de cooperativas de perueiros, semelhante ao esquema montado em São Paulo nos anos 2000.
Além de controlar o tráfico na região, Guinho e sua organização investiam os lucros em imóveis e no transporte público, utilizando veículos coletivos da cooperativa Altercamp, contratada pela prefeitura de Campinas. O esquema incluía a lavagem de dinheiro do tráfico por meio da compra de ônibus e o pagamento de propinas a fiscais do sistema de transporte. A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) realizou uma sindicância que não encontrou irregularidades, mas afirmou estar colaborando com as investigações.
As investigações culminaram na apreensão de seis ônibus associados a Guinho e no afastamento de um diretor da cooperativa ligado à facção, com a Justiça proibindo os denunciados de explorar linhas de transporte público no estado. Enquanto isso, a Emdec garante que não há evidências de favorecimento à cooperativa Altercamp após uma apuração interna. O caso segue em aberto, com o Ministério Público e as autoridades locais trabalhando juntos para desarticular completamente a influência do PCC no transporte público de Campinas.
Por portal Novo Norte