A inflação de 2025 deve ultrapassar pela terceira vez consecutiva a meta estabelecida pelo governo, com a projeção de alcançar 5%, superando o limite de 4,5%. O cenário foi confirmado no Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (13). A expectativa é de que a alta dos preços continue afetando os brasileiros, exigindo ações ainda mais duras do governo para controlar a economia. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, já avisou que os juros devem permanecer elevados durante o ano, podendo atingir até 15% até junho.
A pressão sobre o Banco Central tem sido grande, já que o cenário de inflação fora de controle reflete diretamente no bolso do consumidor. “Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê ajustes de mesma magnitude nas próximas reuniões”, afirmou Galípolo, deixando claro que mais aumentos nos juros podem acontecer dependendo da evolução dos preços. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o final de janeiro, será decisiva para definir o rumo da taxa Selic.
O mercado financeiro já está prevendo que a situação da inflação e dos juros não deve melhorar tão cedo. Para 2025, a previsão é de uma inflação de 5% e juros de 15%, enquanto o crescimento do PIB deverá ser modesto, de apenas 2,02%. “A situação é difícil, mas a expectativa é de que, em 2026, a inflação se estabilize perto de 4%, com uma possível redução nos juros para 12%”, explicam analistas. O governo, porém, vê um longo caminho pela frente até que o país volte a ter uma inflação sob controle.
Apesar das previsões de um alívio gradual para os próximos anos, o mercado não vê um crescimento econômico robusto no curto prazo. O PIB deve continuar em um ritmo baixo, com estimativas de crescimento entre 1,8% e 2% nos anos seguintes. Além disso, o dólar deve permanecer cotado a R$ 6 até 2026, o que poderá afetar ainda mais o poder de compra da população e complicar a recuperação econômica.