Ele também comentou sobre a criação do Ministério dos Povos Indígenas, classificando-a como um “jogo político”, e questionou a eficácia do novo órgão e da Funai sob a atual gestão.
Sydney Possuelo, respeitado sertanista brasileiro, manifestou-se em entrevista ao Estadão sobre a precariedade da situação dos povos indígenas no Brasil, destacando a ineficácia das políticas do governo Lula.
Com uma trajetória de mais de seis décadas dedicadas aos indígenas, Possuelo, que já foi presidente da Funai e teve papel importante na demarcação de terras como a Yanomami, expressou sua desilusão com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de oito terras terem sido homologadas recentemente, o sertanista criticou a falta de ações mais significativas do governo atual e a lentidão no processo de demarcação de terras, citando a dívida histórica deixada por governos anteriores, incluindo o período do PT.
Além disso, Possuelo enfatizou a gravidade da situação atual, apontando a pressão para mudanças radicais nas leis que protegem as terras indígenas. Ele criticou a atuação do Congresso, especialmente a bancada ruralista e os mineradores, que segundo ele, buscam enfraquecer a legislação existente. Possuelo destacou ainda a ausência de manifestações contrárias significativas por parte da sociedade civil e ONGs.
O sertanista ressaltou a necessidade de uma ação mais enérgica do governo, incluindo medidas por parte das Forças Armadas, para proteger as terras indígenas de invasores como garimpeiros. Ele também comentou sobre a criação do Ministério dos Povos Indígenas, classificando-a como um “jogo político”, e questionou a eficácia do novo órgão e da Funai sob a atual gestão.
Possuelo relembrou o episódio em que devolveu sua medalha do mérito indígena em protesto contra a concessão da mesma honraria a Jair Bolsonaro, então presidente. Ele expressou o desejo de que o governo atual revogue a honraria concedida a Bolsonaro, considerando-a uma afronta aos povos indígenas. O sertanista salientou a importância de uma ação justa em relação aos povos originários e a necessidade de reconhecimento e respeito aos seus direitos.