Ação para conter as chamas contou com o apoio de uma equipe do Corpo de Bombeiros de Macaé e da Guarda Ambiental
No início da tarde desta segunda-feira (22), por volta das 13h30, um incêndio de grande proporção atingiu boa parte da restinga, que fica localizado às margens da Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), na Praia da Pecado, em Macaé. A Guarda Ambiental, com apoio do Corpo de Bombeiros, combateu o incêndio, onde dezenas de homens participaram da ação. Ainda não há dados exatos, mas estima-se que foram queimados de dois a cinco hectares de vegetação nativa.
Quem passava pela RJ-106 – entre os bairros Lagoa e Pecado -, precisou reduzir a velocidade para evitar acidentes, pois a fumaça tomou conta da rodovia. Além dos danos ambientais, essas queimadas acabam colocando em risco a segurança de toda população.
De acordo com a Guarda Ambiental, não se sabe as causas do incêndio, mas uma das hipóteses seria de que o fogo começou por conta de um morador, que teria queimado algum tipo de resíduo no local. Com o vento forte, as chamas teriam se espalhado rapidamente, atingindo a restinga que é de propriedade da Marinha do Brasil.
Vale ressaltar que, segundo o Art. 41 da lei Nº 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta pode levar o infrator à pena de reclusão de dois a quatro anos e multa. O mesmo artigo ressalta que se “o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, além de multa”.
Denúncias de incêndios florestais podem ser feitas à Guarda Ambiental através do telefone (22) 99701-9770. Esse número funciona em tempo integral e também pode ser utilizado para a população denunciar casos de maus tratos a animais, invasões em áreas de preservação ambiental, desmatamentos no município e também solicitação para resgate de animais silvestres nas áreas urbanas.
Vegetação importante para conter avanços do mar
A restinga é um ecossistema muito importante para a manutenção do equilíbrio ecológico em um determinado ambiente. No entanto, a redução desse tipo de vegetação em Macaé tem aumentado cada vez mais, situação que pode causar muitos problemas, alguns deles já presenciados na cidade, caso dos prejuízos gerados pela ressaca.
A ressaca é um fenômeno natural e sempre existiu, porém, a restinga tem papel fundamental na contenção dos avanços do mar na costa terrestre, sendo responsável por segurar os impactos do sal.
De acordo com a Resolução nº 07/96 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama): “Entende-se por vegetação de restinga o conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluviomarinha. Essas comunidades, distribuídas em mosaico, ocorrem em áreas de grande diversidade ecológica, sendo consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do solo que do clima”.
Esses tipos de formações são divididas em três tipos: vegetação de praias e dunas, vegetação sobre cordões arenosos e vegetação associada às depressões. A resolução também ressalta que “o corte da vegetação ocasiona uma reposição lenta, geralmente de porte e diversidade menores, onde algumas espécies passam a predominar. Dada a fragilidade desse ecossistema, a vegetação exerce papel fundamental para a estabilização de dunas e mangues, assim como para a manutenção da drenagem natural”.